Thursday, December 16

I'll see you soon!

Ai, gente. Sei lá. O Uploading Memories começou com as regras da imigração irlandesa e por ali foi, desenvolvendo-se aos poucos, com temas relacionados à minha tão bela morada na linda Dublin. Depois que voltei de vez ao Brasil, em outubro de 2009, as coisas desandaram (aqui no blog) e me parece que toda vez que tento reerguê-lo, estrago um pouquinho daquilo que já foi tão inspirador e tão verdadeiro.

Não me parece justo continuar com esse sentimento de culpa, nem continuar num espaço que, pra mim, é sagrado e belo e eterno. Prefiro começar algo novo - aproveitar aí a chegada de 2011 - e ver no que dá ao invés de arriscar aqui e depois partir, deixando este espaço que tanto amo todo rabiscado. Acho melhor fechar as portas e encerrar essa fase. Né?

(Quais são as chances de um dia isso tudo desaparecer? Melhor mesmo eu salvar tudo isso comigo e não confiar tanto no Blogspot pra manter guardado um conteúdo pra mim tão importante.) Enquanto faço isso, quero deixar aqui um outro endereço. Minha 'casa nova', onde um dia passarei a habitar e criar com base nas experiências brasileiras.

Anotem aí, deem uma olhadinha de vez em quando, pois posso surpreendê-los com algum post de estreia, que sinto que vem por aí.

www.featuringjana.wordpress.com




Friday, October 22

Home is where your heart is!

Cara, como é BOM ter o próprio canto. Não que meu canto seja próprio - é alugado - mas vocês entenderam. A carinhosamente apelidada 'caixa de fósforos' é bem menor que a casa da sogra, tem bem menos isolação sonora, me faz gastar muito mais do meu orçamento e ter que controlar freneticamente os centavos ganhos. Por outro lado, é onde eu tive a liberdade de personalizar e colocar ali apenas o que eu queria. Meu cheiro, minhas cores, minha organização, minhas neuras. E isso é que vale.

Já escutei o vizinho de baixo transando com uma escandalosa, escutei vizinho batendo janela, escutei vizinho recebendo visita, escutei cãozinho de estimação latindo, precisei de uma dose extra de paciência pra conseguir tirar o carro da garagem apertada. Mas é um lugar que eu aprendi a amar. Há menos de duas semanas me mudei e trouxe só o essencial (namorado included!) e toda vez que entro lá, que destranco a porta, que piso lá dentro, é tão... mágico! Tudo me agrada, tudo me faz sentir bem, a cama me agarra como se nunca fosse me deixar sair, as cores me animam, o chuveiro me chama, me chama, me chama.

Delícia!

Aí, pra atualizar o que ocorreu nos últimos dias, que não tem nada a ver com o fato de eu estar in-love pela 'caixa de fósforos'.

. ontem soube que perdi meu padrinho, a quem carinhosamente chamávamos de Chico (ou Chicão). Soube tarde, não consegui comparecer ao velório / enterro - que era em outra cidade. O que fiz questão de fazer no meu horário de almoço foi ir até um lugar calmo (a Catedral, embora eu não seja religiosa in any way). Apesar de chegar lá e perceber que uma missa estava em andamento, fiz o que pude para me concentrar e mandar a ele muita luz e muito amor. Também pedi desculpas por não tê-lo visto com mais frequência.

. assisti aos dois filmes no cinema: 'Tropa de Elite 2' e 'Comer, Rezar, Amar'. Fui surpreendida por ambos. Bom, na verdade o da Julia Roberts não me surpreendeu, pois eu sabia que me cativaria por dois motivos óbvios. 1) li o livro e amei; 2) o fato de ter Julia Roberts no elenco já é ponto positivo pra mim. Sobre o 'Tropa', confesso que ODEIO as partes de tortura e violência no geral, mas que os caras criticaram abertamente o governo, a política, Brasília, as milícias e o povo em geral - isso foi de tirar o chapéu e aplaudir em pé.

. ainda não comentei com vocês que neste um ano de volta ao Brasil conquistei 10 amigas, né?! Preciso voltar e descrever o fato com calma. Mas é bom demais!

. mas um fim de semana chegando. Gente, os dias encurtaram?

. dislexia simplesmente aparece?


Monday, October 11

Mudanças, mudanças


Cara, hoje estou genuinamente feliz. Depois de um ano morando sob o teto de sogro e sogra, nos mudamos no fim de semana, pra um cantinho só nosso. Tudo bemmm menor, gastaremos mais, é mais responsa, mais incomodação, mais preguiça de fazer as coisas, mas é tão... nosso! Entrar no cantinho que escolhi pra gente foi mágico e, apesar de ainda não ter curtido bem o espaço, sinto uma felicidade imensa quando entro lá. Fica localizado estrategicamente, me dá uma liberdade enorme de ir a pé pra vários lugares [adoro andar!], é quieto, seguro, tem ótima vibe... não vejo a hora de levar os mais chegados lá, pra dividir essa alegria comigo.

Depois de tanto trabalho pra finalizar o processo de aluguel, o fato de estar lá é mais que uma vitória. Foram quase dois meses de lenga-lenga até que conseguíssemos deixar tudo a-okay e efetivamente mudar. Hoje, talvez por ser véspera de feriado, estou com uma preguiça enooorrrmmmeee de contar tudo o que incomodou nessas últimas semanas. Mas ah, agora tá esquecido.

O sol por aqui começa a aparecer com mais frequência, embora o calor ainda não tenha vindo pra ficar. No sábado rola show do The Cranberries aqui. Quero muito ir, não apenas por gostar deles, mas por trazerem pra cá um pouquinho da Irlanda. Alguém aí sabe onde encontro uma bandeira irlandesa por Floripa? Seria de bom tom levar um pra abanar no show :)

O domingo foi maravilhoso. Começou com praia, com a bela companhia da Rê, do Rê e do meu Vi. Depois de um almocinho gostoso lá pela Barra e de um banho relaxante, os meninos se encontraram para assistir a final do vôlei masculino e Rê e eu partimos pra casa da Rita – aniversário da Sofia. A noite terminou com papos inteligentes, profundos e sinceros. Adoro isso!

Também foi nossa primeira noite no apê. Ai, que sentimento gostoso!

Wednesday, October 6

Ah, é?!

Gente, no fim de semana passado (02/10) fez um ano que voltei pra terrinha. Venho tentando me inspirar pra continuar com o blog, mas tá difícil, viu?! Tenho a impressão de que isso daqui se tornará um muro das lamentações, um poço de mau-humor ou um dicionário de xingamentos.

Mesmo assim, talvez eu deva tentar – sem muito medo. Afinal, é um cantinho meu. Talvez também essa ‘preguiça’ seja resultado do meu ingresso no mundo de tuiteiros. Não quero que meus posts se resumam a um máximo de 140 caracteres, mas que ficou mais difícil desenvolver uma ideia... ah, se ficou!

De qualquer forma, vamos aos poucos tentando retomar a coisa. Prometo visitas aos blogs favoritos e comentários para divulgar a minha ‘ressureição’. Hoje o dia está lindo por aqui. E na morada de vocês?

Ó, quero ver se logo escrevo sobre o dilema de alugar um apê por aqui. Vocês vão rir. Eu, vou rir pra não chorar.

Friday, July 9

A volta dos que não foram?

Depois de um tempo de preguiça e sem muito pra contar, acho que chegou a hora de voltar com o blog. Será que dessa vez vai?

Veremos...

Monday, December 21

Beyoncé yet again...

E a preguiça de vir aqui pra contar as coisas?

. show da super-Beyoncé confirmado em Floripa no dia 04 de fevereiro. Ingressos garantidos! MEDO de ir num show desse aqui no Brasil. Muita gente, muita muvuca, muito empurra-empurra. Já tô nervosa, mas vale o stress pra (re)assistir o melhor show que já fui na vida.

. amigo secreto da agência revelado hoje. Ganhei váááááárias das minhas sugestões. Adorei!

. matéria minha na Its de dezembro \o/

. quero um cachorro na Colheita Feliz =D

. a saudade persiste e o fato de ser fim de ano só piora tudo. Acho que sou a única pessoa que odeia essa época.

.The Chinese word for 'crisis' also means 'oppotunity'.. Frase do novo livro da Marian Keyes, 'The Brightest Star in the Sky', que tem me ajudado muito.

. vontade de morar na beira da praia, num lugar tranquilo, e trabalhar num pub. O dia que eu tiver coragem largarei tudo pra viver de felicidade ao invés de depender do dinheiro ou do julgamento de terceiros.

. e a morte da Brittany Murphy? =(


Monday, November 16

Rabugentinha

Estou em falta, eu sei. Mas é que... sei lá. Entende?

Quando chego em casa, a última coisa que quero é me plantar novamente em frente ao computador. Trabalho o dia todo olhando pra tela, que muitas vezes nada me diz. Outras tantas, repete apenas o que já sei. Às vezes dou preferência à televisão, que também não me oferece nada de novo.

Prefiro, então, me atracar nos livros. Pra não parar mais. Ultimamente não tenho nem mesmo prestado atenção ao tipo de leitura que escolho pra mim. É fase. Deve ser. Mas nesses tempos, se me vierem com livros inteligentes, provavelmente passarei os olhos pelas páginas sem atenção alguma. Tenho lido muito. Muitas besteiras. Muitas linhas que me fazem rir e esquecer um pouquinho da rotina, que já me encontrou pelas bandas daqui.

Ainda me sinto perdida, mas não me peçam pra ler os jornais. Leio, mas às vezes não aguento com tanta violência, tanta mesmice, tanta coisa que me faz arrancar os cabelos de raiva. Raiva por algumas situações estarem tão avançadas, que não nos permitem acreditar que um dia tudo pode mudar pra melhor.

Nesses tempos de Brasil, me sinto só e incompreendida. Não me encaixo em nada, com ninguém. Acho tudo sem graça, tudo caro, tudo bobo, tudo chato, tudo imprestável, todo o oposto de mim. Não vou repetir o mesmo discurso de sempre, não quero ser comparada aos noticiários, que mostram sempre a mesma babaquice.

Como já disse aqui no blog, 'preciso trabalhar em mim'. Sei que é questão de tempo e paciência. Mas no momento, até as chuvas noturnas me irritam. Será que não pode haver chuva sem trovejar? Morro de medo dos trovões, como vocês já sabem. Será que o sol nunca aparece sem com ele trazer esse calor que nos tira o foco?

Será que algum dia vou parar de sentir saudades de Dublin? Das amizades de lá? Da minha rotina de lá? Será que algum dia vou deixar de ser rabugenta por aqui? Em Dublin via tudo com olhos maravilhados. Nunca reclamava. Aqui me tornei algo que não gosto de ser, algo que julgo nos outros, algo que não deveria: sou birrenta. Sou chata, reclamo mesmo sem motivo, choro quase todos os dias, sou manteiga derretida e minha força toda parece que não entrou comigo no voo de outubro.

Eu sou boazinha. E quero ser boazinha em todos os lugares. Mas também quero ser feliz em todos os lugares. Espero um dia estar realizada em todos os sentidos, não apenas no quesito:
( x )estar próxima de meus familiares.




Crédito da Imagem.

Thursday, November 5

Eu já...

Enquanto não encontro tempo ou inspiração para postar, segue um meme que encontrei no Dia da Chica. Não sou muito dos memes, mas gostei desse. É interessante perceber os gols que a gente atinge de tempos em tempos.

1. Criou seu próprio blog.
2. Dormiu sob as estrelas.
3. Tocou numa banda.
4. Visitou o Havaí.
5. Viu uma chuva de meteoros.
6. Doou mais do que podia pra caridade.
7. Foi para a Disneylândia.
8. Escalou uma montanha.
9. Segurou um louva-deus.
10. Cantou solo.
11. Pulou de bungee jump.
12. Visitou Paris.
13. Viu uma tempestade de raios no mar. MORRO DE MEDOOOO!
14. Aprendeu uma forma de arte sozinho.
15. Adotou uma criança. QUERO MUITO!
16. Teve infecção alimentar.
17. Visitou a Estátua da Liberdade ou o Cristo Redentor.
18. Cultivou seus próprios vegetais.
19. Viu a Monalisa na França.
20. Dormiu num trem-leito.
21. Participou de uma luta de travesseiros.
22. Viajou pedindo carona.
23. Faltou por estar doente quando não estava. SHHHH...
24. Construiu um forte de neve.
25. Segurou um carneiro.
26. Mergulhou pelado.
27. Correu uma maratona.
28. Se escondeu em uma gôndola em Veneza.
29. Viu um eclipse total.
30. Viu o nascer e o pôr-do-sol.
31. Fez um home-run.
32. Esteve em um cruzeiro.
33. Viu as Niagara Falls ao vivo.
34. Visitou o lugar onde seus ancestrais nasceram.
35. Viu uma comunidade Amish.
36. Aprendeu uma língua nova sozinha.
37. Teve dinheiro o bastante pra ficar realmente satisfeito. NÃO PRECISO DE MUITO, SÉRIO.
38. Viu a Torre Inclinada de Pisa.
39. Escalou nas rochas.
40. Viu “David” de Michelangelo.
41. Cantou karaokê.
42. Viu um géiser em erupção.
43. Pagou uma refeição para um estranho.
44. Visitou a África.
45. Andou na praia à luz da lua.
46. Foi transportado por uma ambulância.
47. Teve um retrato seu pintado.
48. Pescou no alto-mar.
49. Viu a Capela Sistina.
50. Esteve no topo da Torre Eiffel em Paris.
51. Mergulhou ou fez snorkel.
52. Beijou na chuva.
53. Brincou na lama.
54. Foi à um cinema drive-in.
55. Foi ao cinema.
56. Visitou a Muralha da China.
57. Abriu seu próprio negócio.
58. Teve aula de artes marciais. FIZ KRAV-MAGA, SERVE?
59. Visitou a Rússia.
60. Trabalhou em uma cozinha do sopão.
61. Vendeu biscoitos de escoteiras.
62. Admirou as baleias.
63. Ganhou flores sem motivo.
64. Doou sangue.
65. Pulou de pára-quedas. UM DOS GOLS A SEREM CUMPRIDOS!
66. Visitou um campo de concentração nazista.
67. Teve um cheque devolvido.
69. Salvou um brinquedo de infância.
70. Visitou o Lincoln Memorial.
71. Comeu caviar.
72. Fez um quilt.
73. Foi até Times Square.
74. Conheceu os Everglades.
75. Foi demitido.
76. Assistiu a mudança de guardas em Londres.
77. Quebrou um osso.
78. Andou em uma motocicleta de corrida.
79. Viu Grand Canyon ao vivo.
80. Publicou um livro. CALMA...
81. Vistou o Vaticano.
82. Comprou um carro zero.
83. Andou em Jerusalém.
84. Teve uma foto sua no jornal.
85. Leu a Bíblia inteira.
86. Visitou a Casa Branca.
87. Matou e preparou um animal para comer. EWWW!
88. Teve catapora.
89. Salvou a vida de alguém.
90. Participou de um júri.
91. Conheceu alguém famoso.
92. Participou de um clube do livro.
93. Perdeu um ente querido.
94. Teve um bebê.
95. Viu o Alamo ao vivo.
96. Nadou no Great Salt Lake.
97. Processou alguém ou foi processado.
98. Teve um celular.
99. Foi picado por uma abelha.
100. Foi ao Canal do Panamá.


Roubem se quiserem ;)

Friday, October 23

Estranhezas brasileiras

Ai, eu seeeeei.
Demorei pra vir e confesso que morro de saudades de me manter propriamente atualizada nos blogs de cada um de vocês, mas a situação ultimamente não me permite tal luxo. A correria aqui continua e fica ainda pior quando a elemente aqui já tem um emprego e insiste em correr atrás de outro mesmo assim.

De qualquer forma, esmaguei meus compromissos pra poder aparecer por aqui e registrar alguns momentos dos últimos dias. Acredito que o pessoal que passou um tempo fora e retornou ao Brasil deve sentir mais ou menos como eu esses dias.


Não tem como ignorar as seguintes estranhezas:

. os preços das coisas no Brasil
Genteee, o que é isso? Sempre foi assim e eu mudei meus conceitos ou ficou caro desse jeito enquanto eu estava fora? Achar um xarope pra tosse barato quando o mesmo custa 10 reais é absurdo pra mim. Em Dublin, uma das cidades mais caras da Europa, um xarope custa menos de 3 euros. Mesmo convertendo, no Brasil ainda é caro.

. o povo falando português
Ainda acho estranho escutar nossa língua o tempo inteiro. Às vezes estou num restaurante ou na rua e QUASE chego a comentar: "olha, um brasileiro!" Duh.

. um estabelecimento que abre às 10h e fecha aos sábados ao meio-dia
O povo que trabalha a semana inteira faz compras quando? Na hora do almoço? Tem que pedir folga e usar o banco de horas?

. as filas pra TUDO
Por favor, até na farmácia tem fila! Pra entrar no shopping, pra comprar calzone, pra usar o orelhão, pra chegar em casa, pra comprar pão, pra apostar na mega-sena, pra pagar conta, pra reclamar do produto com defeito, pra dar parabéns pra alguém, pra cumprimentar a noiva, pra estacionar, pra abastecer... sem falar nos bancos.

. por falar em bancos... as GREVES
Acho que a gente adora greve. Não tá feliz, sai. Procura outra coisa. Faz um esquema pra receber seguro desemprego e vaza. Tanta gente querendo trabalhar e o povo fazendo doce. Por favor!

. a nova reforma ortográfica
Sei que isso é passado já, mas eu tô sentindo os efeitos colaterais só agora. Trema... cadê? Hífen... cadê? Dobrar consoantes, não acentuar 'ideia'. Tudo muito estranho pra mim.

. estar por fora de tudo
Tem tanta coisa diferente que dia me sinto a velha que não se atualiza, dia me sinto a que veio do Nordeste pra Santa Catarina. As coisas realmente mudam bastante. A gente é que não vê. Tô penando pra me atualizar em relação à praticamente tudo. Juliana do BBB? Quem é essa? Revista Kzuka? Os 80 anos da Fernanda Montenegro? Gugu na Record? Ratinho onde mesmo? Profissão Repórter? Ai...

. a violência
Mas isso sempre me impressionou demais.






Crédito da Imagem.

Tuesday, October 6

Vida musical

Gente, eu tenho problemas. Problemas sérios. Coloquei meus pés de volta na terrinha há quatro dias. Todo mundo que retorna, ainda mais depois de alguns anos fora, gosta de ficar de férias e curtir a família antes de se empolgar pra conseguir um emprego e encarar a vida (sur)real.

Eu não.

Como disse: problemática. Algo não bate bem, faltou preguiça quando meus pais me fabricaram, ou sobrou agitação e ansiedade. Não sei bem, mas algo tem de muito estranho comigo. No meu segundo dia ainda estava imaginando se isso tudo é mesmo real, se eu viajei mesmo da Irlanda pra cá, se meu vôo atrasou em Guarulhos, se fiz mesmo a surpresa pros meus pais. No terceiro dia em terras brasileiras, já estava procurando o que fazer.

Por onde começar? Com quem falar? Quais os contatos quentes do jornalismo florianopolitano? Meu currículo tá legal? Será que envio tudo isso por email ou arrisco os correios?

E a greve dos bancos, minha gente? Me desacostumei com isso tudo. E o preço de uma meia-calça? Quase caí pra trás quando a atendente cobrou mais de DEZESSETE reais da minha irmã por uma meia-calça simplona, cor-da-pele, nada-demais.

Fui presenteada com um tempinho nublado, muito obrigada! Nem precisa me conhecer muito pra saber que o calor não me agrada. Hoje já fui meio grossa com minha mãe por ela ter me feito uma pergunta e ter me interrompido enquanto eu respondia a mesma. Hoje já vi meus pais e minha irmã discutirem por coisas simples. E também me irritei com uns trejeitos de alguém.

Aqui tá tudo mesmo igual. Após três anos e meio... tudo igual. Umas rugas a mais em alguns, uns fios de cabelo branco em outros, umas barriguinhas salientes, algumas amigas grávidas, outras na mesma, outras das quais não me lembro mais o nome. Mas igual.

Fiquei, portanto, com um sentimento estranho em relação a um recomeço. E todas aquelas perguntas começaram a me assombrar novamente. Como vai ser? E o emprego? O salário? Meu relacionamento com meus pais, com os pais do Vi, com meus amigos. E as novas amizades? Minhas dívidas? Um carro?

Esse sentimento estranho que me faz escutar cada música e prestar atenção na letra e me emocionar talvez sem motivo. Será o Brasil mais dramático? Quais os motivos por me sentir dessa maneira? Serão os sentimentos ainda à flor da pele? Vai passar? Será saudade? Será alegria por estar rodeada de pessoas que me amam e querem bem? Será nostalgia? Será decepção, tristeza, incompreensão?

O que será, afinal? Será o Português que me deixa assim, sem saber me expressar direito? Não sei bem. Espero logo vir e ter respostas para todos os questionamentos, mesmo os mais bobos.

A vontade de chorar é constante. Se por alegria ou preocupação, não sei. Benditas letras das músicas que dizem exatamente o que sentimos, e benditas as melodias que nos tocam lá no fundo.







Crédito da Imagem.


 
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