Wednesday, December 20

Se eu disser que 2006 foi um ano ruim, estarei mentindo. Descaradamente. Eu nem teria a audacia de sequer ensaiar palavras parecidas para verbalizar os 11 ultimos meses. Do primeiro ao quarto, meu ano foi marcado por uma fase ansiosa. Estava tudo certo para a partida para Dublin e nao havia mais nada a fazer senao pesquisar sobre a cultura local, tentar saber o maximo de informacoes possiveis e a.guar.dar.

Devo dizer que, para uma pessoa ansiosa como eu, essa palavra significa mais do que possa significar para outros individuos. Aguardar, para mim, eh mais que esperar, mais que ter paciencia, mais que dar tempo ao tempo. Aguardar eh pensar nos pros e contras, eh analisar cada situacao - real ou imaginaria, eh andar de um lado para o outro, como se isso fizesse os ponteiros moverem-se com mais agilidade.

Nos primeiros quatro meses de 2006, deixei um cargo bom na empresa, deixei projetos inacabados e uma pontinha de remorso por nao continuar e ver no que daria. Deixei, tambem neste periodo, o apartamento que me abrigou por aproximadamente tres anos em Florianopolis. Me fez sentir seguranca, me ofereceu conforto, foi humilde nas contas de energia eletrica e me fez subir 11 andares pela escada em epoca de apagao.

Os primeiros quatro formaram uma epoca de desapego forcado. Venda do carro, despedida do trabalho, mudanca de apartamento, mudanca de cidade, um tchau sofrido aos amigos e um ate logo, sem data prevista. Melhor nem comentar sobre a familia, que tanto me ofereceu apoio, forca e inuneras palavras de carinho e dedicacao, que acreditou no meu potencial e que merece muito mais do que atualmente ofereco.

No Dia da Mentira, parti "levando sonhos e o coracao do avesso". Longos voos, rostos desconhecidos, terra fria, chuvosa e, de brinde, muito vento. Fui recebida com chuva de granizo e, cinco minutos mais tarde, o sol. Depois, mais chuva e mais tarde ainda, adivinhem, o sol novamente. Vi carros que nunca havia visto na vida, passei por ruas estranhas, "gente esquisita" dirigindo do lado contrario e paisagens fenomenais.

Aprendi mais ingles do que pensei que pudesse. Conheci muita gente. Me surpreendi com o numero de brasileiros vivendo nessa ilha, com sonhos distintos e, para muitos, distantes. Mas meus sonhos, ah... esses me parecem tao reais e realizaveis que fica ate esnobe dizer aqui que 2006 me proporcionou a realizacao de muitos deles. Morar fora do meu pais, aprimorar uma lingua estrangeira, trabalhar para conseguir pagar as contas e ainda conhecer parte do mundo. Visitei a Belgica e vi, ao vivo, um espetaculo do Cirque du Soleil, pelo qual sempre fui apaixonada. Fui convidada a ir para Londres e pude prestigiar, tambem ao vivo, um jogo de futebol do nosso time contra um dos nossos maiores adversarios - a Argentina. Melhor de tudo: bate-e-volta, tirar fotos com famosos feitos de cera e ver o Brasil ganhar de tres a zero.

Aprendi com erros meus e tambem com erros alheios. Aprendi a nao ter vergonha, a lutar por uma causa, a buscar meus objetivos e concretiza-los. Aprendi a dizer "me desculpe" e "obrigada" com mais honestidade. Aprendi a baixar a cabeca quando estou errada e escutar aqueles com mais experiencia. Aprendi que ir para a aula todos os dias nao e' atitude daqueles que nao tem nada melhor para fazer, mas dos que correm atras de um objetivo: o de conhecer o que ainda nao se conhece. Este mes, fiz o exame avancado de Cambridge e agora resta-me apenas aguardar (de novo, a palavra) dois meses pelo resultado. Independente da letra que me derem, experimentei. Gostei e farei novamente se preciso.

A visita dos meus pais e minha irma foi mais que uma surpresa. Nao no sentido de eu nao saber que vinham, mas no sentindo de te-los aqui comigo, 14 horas distantes do Brasil. Nao ha como descrever a sensacao de, apos sete meses apenas ouvindo suas vozes, poder abraca-los e contar as novidades, alem de leva-los aos pontos que, para mim, ja nao sao mais turisticos.

Voltei a falar com pessoas importantes da minha vida, com as quais nao falava ha um bom tempo, devido a desentendimentos que nos fizeram amadurecer e ver a vida de outra forma. Li otimos livros, entrevistei uma das minhas autores prediletas, conheci bairros, andei de trem, de onibus e a pe, ate sentir os pes doendo. Fui recepcionada extremamente bem pelo povo daqui e aprendi a conviver com estrangeiros vindos nao apenas do Brasil, mas dos quatro cantos do mundo. Aprendi a aceitar certos comportamentos culturais e partilhar a cultura brasileira com os mesmos. Falei, sim, sobre a violencia e a politica, mas falei tambem sobre as belezas e a simplicidade do nosso povo.

Para 2007, se me forem oferecidos 50% dessa alegria, terei mais um ano extremamente feliz.
Um otimo 2007 a todos. Nao posso deixar de agradecer o apoio, a compreensao e as palavras indispensaveis de cada um dos que torceram por mim, pensaram positivo e estao sempre querendo saber mais - ate mesmo os acontecimentos sem graca. Obrigada!

Friday, December 8

Feliz Olhar Novo!

"O grande barato da vida e' olhar para tras e sentir orgulho da sua historia. O grande lance e' viver cada momento como se a receita da felicidade fosse o aqui e o agora. Claro que a vida prega peças. E' logico que, por vezes, o pneu fura, chove demais...

Mas, pensa so': tem graça viver sem rir de gargalhar pelo menos uma vez ao dia? Tem sentido ficar chateado durante o dia todo por causa de uma discussao na ida pro trabalho?

Quero viver bem.

Dois mil e seis foi um ano cheio. Foi cheio de coisas boas e realizacoes, mas tambem cheio de problemas e desilusoes. Normal. As vezes se espera demais das pessoas. Normal. A grana que nao veio, o amigo que decepcionou, o amor que acabou. Normal.

Dois mil e sete nao vai ser diferente. Muda o seculo, o milenio muda, mas o homem e' cheio de imperfeicoes. A natureza tem sua personalidade, que nem sempre e' a que a gente deseja. Mas e ai'? Fazer o que? Acabar com seu dia? Com seu bom humor? Com sua esperanca? O que eu desejo para todos nos e' sabedoria.

E que todos saibamos transformar tudo em uma boa experiencia. Que todos consigamos perdoar o desconhecido, o mal-educado. Ele passou na sua vida. Nao pode ser responsavel por um dia ruim. Entender o amigo que nao merece nossa melhor parte. Se ele decepcionou, transforme-o em colega. Alem do mais, a gente provavelmente tambem ja decepcionou alguem.

O nosso desejo nao se realizou? Beleza, nao estava na hora, nao deveria ser a melhor coisa pra esse momento (me lembro sempre de um lance que eu adoro: cuidado com seus desejos. Eles podem se tornar realidade). Chorar de dor, de solidao, de tristeza, faz parte do ser humano. Nao adianta lutar contra isso. Mas se a gente se entende e permite olhar o outro e o mundo com generosidade, as coisas ficam diferentes.

Desejo para todo mundo esse olhar especial. 2007 pode ser um ano especial, muito legal, se entendermos nossas fragilidades e egoismos e dermos a volta nisso. Somos fracos, mas podemos melhorar. Somos egoistas, mas podemos entender o outro. 2007 pode ser o maximo, maravilhoso, lindo, espetacular. Ou pode ser puro orgulho! Depende de mim, de voce. Pode ser. E que seja!

Feliz olhar novo!!! Que a virada do ano nao seja somente uma data, mas um momento para repensarmos tudo o que fizemos e que desejamos. Afinal, sonhos e desejos podem se tornar realidade somente se fizermos jus e acreditarmos neles".

[Carlos Drummond Andrade]

Tuesday, November 28

A vida apos Mitch Albom

Pode parecer exagero ou sensacao momentanea. Nao sei ainda. Mas algo mudou. Aqueles que ja tiveram a oportunidade de ler um dos livros do Mitch Albom sabem exatamente o que digo. Algo muda, para sempre, dentro da gente.

Tudo aconteceu por acaso, enquanto fazia hora para vir trabalhar, perambulando por uma das minhas livrarias preferidas do centro de Dublin. Minhas ideias trabalhavam por si so', ja preparando uma lista dos livros que deveria levar para casa num futuro nao muito distante. Mas quando meus olhos foram atraidos pelo "As Cinco Pessoas que Voce Encontra no Ceu", nao havia mais duvida. Aquele era o livro que levaria comigo naquele dia.

Lia enquanto esperava o onibus, antes de dormir, no intervalo da aula, durante o trabalho entre um toque e outro do telefone. Lia ate cansar a vista. Ai' parava, dava cinco minutos, e continuava a leitura. Isso levou dois dias. Bastaram 48 horas para que meu modo de encarar a vida mudasse completamente.

Eddie, personagem criada pelo autor, cativa qualquer leitor. Nao importa se e' adolescente, emburrado, durao, manteiga derretida, mulher, homem, professor ou medico, trabalhador da construcao civil ou jornalista. Ali, durante aqueles momentos, todos sao iguais. Todos tem os mesmos medos, as mesmas perguntas e poucas respostas. "As Cinco Pessoas que Voce Encontra no Ceu" conta a historia de um senhor que morre aos 87 anos, apos ter passado a maior parte da vida num mesmo ambiente, com as mesmas pessoas e obrigacoes. No ceu, antes de qualquer outro estagio da morte, encontra cinco pessoas. Cada uma delas tem uma missao: ensinar uma licao e fazer com que Eddie compreenda os acontecimentos da propria vida.

E' como se tudo estivesse mais colorido, com mais sentido, mais emocao e responsabilidade. E' como se muito do que demos valor, na verdade nao tivesse valor algum perto daquilo que realmente importa diante da vida. Como se as 24 horas do dia valessem muito mais que isso. Como se a gente finalmente acordasse e enxergasse o que realmente importa e em que direcao nossa energia deve ser investida. E' como devemos tratar as pessoas que amamos, as que nos ajudam, as que nos pedem auxilio, as que aparecem em nossos caminhos por acaso. Porque, afinal, ninguem sabe quais as cinco que estarao nos esperando no ceu, e que licao terao para nos ensinar.


Nota: apos ter lido esse, nao consegui me concentrar em nenhum outro livro antes de ler "A Ultima Grande Licao" (Tuesdays with Morrie), tambem desse autor. E agora, apos a leitura de "A Ultima Grande Licao", tambem nao me foco em nenhuma outra obra antes de terminar o lancamento "Por Mais um Dia" (For one more day).


Tuesday, November 21

Informacoes rapidas

. Antes das 17h, ja' esta' escuro. Nao um escurinho mais ou menos. Escuro madrugada mesmo.
. Hoje tem show da Christina Aguilera no The Point, aqui em Dublin. Turne de lancamento do novo CD, Back to Basics. Estou louca pra ir, mas cobram um absurdo. Estava esperancosa que a agencia para a qual trabalho ganharia alguns ingressos. Mas parece que me enganei.
. Estamos de casa nova. Aquelas tipicas, de tijolinhos vermelhos. Pequena, mas ajeitadinha. Antiga, mas confortavel.
. Falta menos de um mes pro meu exame. Ainda nao sinto aquele friozinho na barriga, mas sei que e' apenas questao de tempo.
. Procuro trabalho part-time, pelas manhas. Se alguem souber de algo avise ;)
. Preciso cortar o cabelo. Sim, de novo. Aqui ele cresce mais rapido, alem de ficar acabado por causa do vento. [E dai', ne'?]
. Jana: Brasil 2007. Aguardem!

Thursday, November 9

Wear Red Day - 10/11/2006


Um dos motivos por gostar daqui e' o fato de criarem dias especiais para determinadas causas e das pessoas realmente prestarem atencao e participarem. Amanha, por exemplo, e' o Wear Red Day (Dia de Usar Vermelho), para prestar suporte ao Irish Heart Foundation e lutar contra as doencas do coracao, uma das principais causadoras de mortes na Irlanda.

A agencia na qual trabalho vestiu a camisa, assim como diversas outas empresas. Alem da maioria dos funcionarios virem vestidos com alguma peca de roupa vermelha amanha, a maioria tambem doou dois euros para a campanha. Mais informacoes no site oficial: www.wearredday.ie.

Thursday, October 12

Getmooh!

Apos ter lido uma reportagem sobre isso no jornal de hoje, visitado o site e dado algumas risadas, nao pude deixar de comparecer pra registrar o "achado". Uma garota de 18 anos, apos ter visto o filme "The Break-Up" (aquele com a Jennifer Aniston e o Vince Vaughan), teve uma ideia que parece simples e ate' idiota, mas que foi levada a serio e, aos poucos, vira mania.

Sabe aquele encontro chato, um compromisso que merece uma desculpa, uma aula que, a seu ver, nao merece sua atencao? Voce imagina que poderia estar fazendo coisas mais interessantes, mas fica chato nao aparecer ou sair sem um bom motivo.

A ideia dela foi a seguinte: mensagens pre-gravadas que te ajudarao a fugir de compromissos indesejados. Voce entra no site, escolhe a ligacao mais apropriada para o momento, programa o horario e a data que voce deseja receber a ligacao no seu celular e pronto! O servico e' gratis e esta' disponivel em diversos paises. Dentre as mensagens disponiveis, que voce pode ouvir antes da escolha definitiva, estao as seguintes desculpas: roomate que esqueceu a chave de casa, amiga em trabalho de parto, alarme do carro que disparou, sua mae, a policia e engano.

O site e' o
www.getmooh.com, sendo que GetMooh e' uma abreviacao para "Get Me Out Of Here" (Me tira daqui). A dona da ideia e' irlandesa, de Co Kildare, e chama-se Antonia Caffrey.

Ah, o servico pode ser usado no Brasil. Divirtam-se!

Friday, September 15

Cirque du Soleil: o Durante e o Depois

Insira antes desses comentarios todas as aventuras de um sabado por Bruxellas, que serao publicadas mais tarde. Falaremos, agora, sobre domingo, 10/09/2006. E eu ja com 23.

Saimos do hotel antes das 9h da manha e, apos uma voltinha pelo centro a procura de alguns mimos para levar conosco, nos preparamos psicologica e fisicamente para a caminhada que nos levaria ate' o local da apresentacao do Cirque du Soleil. Entre umas paradas e outras para registros fotograficos, nao deixava de imaginar como seria assistir Alegria ao vivo. Meu coracao saltou ao avistar um outdoor promocional do espetaculo, ja na avenida pela qual deveriamos seguir. Chegamos antes, bem antes do inicio, o que nos deu tempo para sentar em frente ao rio, conversar sobre a expectativas e, sem duvida, sobre a preocupacao referente ao horario do voo. Poderia jurar que nao chegariamos ao aeroporto a tempo de fazer o check-in. A apresentacao comecava as 14h e, teoricamente, deveria terminar as 16h30. O voo partia as 18h55, mas a viagem do centro da cidade ao aeroporto levava uma hora (se nao houvesse transito). Teriamos que andar do Tour & Taxes (local do espetaculo) ate' a linha de trem mais proxima, que nos levaria ate' a estacao central, de onde partiria o onibus para o aeroporto as 17h. Loucura. Sem mais comentarios no momento.

Chegamos ao Tour & Taxes e nao foi preciso esperar nem cinco minutos para que os portoes abrissem e pudessemos entrar para procurar nossos acentos. Detalhe: as entradas para as cadeiras ainda nao estavam abertas, mas havia uma unica entrada para uma tenda extra. Se ja' ouviram falar em Tapis Rouge, entendem perfeitamente sobre o que falo. Tapis Rouge e' a melhor area de acentos, a mais cara, a com mais privilegios, por onde os atores do circo perambulam e os presentes participam. Eis que, nao entendi bem como, conseguimos entrar nessa tenda a parte de todo o resto, onde serviam champagne, vinho, suco, almoco, sanduiches e sobremesa aos privilegiados que haviam desembolsado € 175 para assistir ao show. Nos dois (Vi e eu), com mochilas nas costas e tenis nos pes, obviamente nao pertenciamos ao grupo. Mas comemos, fomos recepcionados com champagne e apreciamos o ambiente com prazer.Perto da hora do inicio do espetaculo, fomos em direcao a entrada para os acentos, quando finalmente alguem esclareceu a situacao (que era, ate entao, bastante confusa).

Mulher, olhando para nossos crachas do Tapis Rouge e, em seguida, para nossos ingressos: De onde voces vieram?
Nos: (apontamos para a tenda das delicias) Dali.
Mulher: Desculpem, mas algum erro ocorreu e eu terei que retirar os crachas de voces.

Tirados os crachas, ja' nao eramos mais Tapis Rouge, mas aproveitamos muito antes que tirassem os doces das criancas felizes.

Ja nos determinados acentos, que nao eram dos melhores, aguardavamos ansiosos pelo inicio da apresentacao. E' tudo ao vivo. O canto, a bateria, a percussao. Estava lotado e era possivel sentir a ansiedade do publico no ar. Confesso que imaginei o palco maior e as loucuras mais intensas. Mesmo assim, valeu o esforco. Valeu a forca de vontade e ficou a curiosidade para assistir os outros espetaculos: Saltimbanco, La Nouba, Love [uma homenagem aos Beatles, que deve ser simplesmente indescritivel!], entre outros.

Infelizmente nao pudemos apreciar os mimos e lembrancas a venda apos a apresentacao, uma vez que tivemos que, literalmente, correr para conseguir chegar a tempo no aeroporto. Perdemos a chance de perambular por entre DVD's, CD's bonecas de porcelana, canecas com imagens do Cirque du Soleil, camisetas e outros apetrechos. Perdemos esses momentos pos-show. O momento de aplaudir em pe', de esperar todos sairem enquanto relembramos cena por cena, o momento de procurar algo para amigos e parentes. Perdemos alguns detalhes, mas nao perdemos o espetaculo.

Thursday, September 14

Cirque du Soleil: o Antes

A viagem a Belgica estava planejada ha' algum tempo. Sempre fui apaixonada pelo Cirque Du Soleil, desde a epoca em que a HBO exibia alguns espetaculos. Foi somente apos ter vindo para Dublin, que tive a ideia curiosa de entrar no site oficial da companhia e verificar se nao estavam em turne. Por mero acaso [e sorte, devo dizer] no fim de semana do meu aniversario o grupo estaria em Bruxellas, com o espetaculo Alegria. Nao pude deixar de me presentear com ingressos e, na carona, dois dias na cidade que nunca havia pensado em conhecer.

Devo lembrar que a luta para adquirir os ingressos foi uma das mais dificeis e, nao fosse minha forca de vontade, que mostrou sua intensidade mais que nunca durante essa batalha, certamente estaria frustrada ate' agora. Foram tres tentativas ate' que os ingressos finalmente chegasse a mim:

. tentativa 01 .
Comprei pelo site oficial de venda de ingressos, que nao permitia pagar via boleto bancario ou cartao de credito. Era necessario pegar alguns dados deles e ir ate a minha agencia aqui na Irlanda para efetuar a transferencia. Detalhe: o pagamento deveria estar na conta deles em tres dias uteis, ou os ingressos seriam liberados para outras pessoas. Com a eficiencia do banco daqui, preenchi o formulario necessario e pensei estar tudo certo quando, UMA SEMANA depois chegou uma carta em casa dizendo que alguns dados estavam incompletos e que a transicao nao havia sido feita. Resultado: nao adiantava nem eu berrar com os responsaveis no banco, uma vez que meus ingressos ja nao eram mais meus (nunca foram, na verdade).

. tentativa 02 .
Novamente acessei o site oficial da venda de ingressos e, dessa vez, escolhi cadeiras mais proximas do palco ( = mais caras), uma vez que as que havia escolhido na primeira vez ja nao estavam mais disponiveis. Detalhe 02: a esta altura as passagens aereas ja estavam compradas. Fui novamente ao banco, paguei, preenchi ate' o que nao deveria, paguei uma taxa absurda para que o dinheiro estivesse na conta deles no dia seguinte. Foi.

. tentativa 03 .
Foi uma pinoia! Quando percebi que os ingressos nao chegavam nunca, resolvi entrar em contato com alguem do site e perguntar se haviam recebido o pagamento corretamente. Detalhe 03: eu ja havia quase desistido umas duas vezes, mas como dizem que "the third time is a charm", resolvi me estressar um pouco mais, puxar minha determinacao laaaa do fundo, respirar, contar ate' um milhao e tentar de novo. Troquei mais ou menos uma dezena de e-mails com o responsavel pela venda dos ingressos e fiquei sabendo que o erro de transferencia era do banco (que duvida!). Para resumir a historia, conversa vai, conversa vem, consegui dois ingressos para a mesma data e o mesmo horario que tentei desde o inicio. Mais baratos, nao tao bons, mas estaria la da mesma maneira.

Uma semana depois, meus ingressos estavam em casa.

Fim da parte 01.

Friday, September 8

Estranho e' comemorar aniversario fora de casa. Nao fora de casa, estando na rua. Nao fora de casa, estando num barzinho com seus amigos ou em outra cidade. Fora de casa, estando realmente fora, bem fora de casa. Fora do pais, longe, umas 15 horas de voo e duas conexoes de distancia. Numa cidade que voce aprendeu a amar, na cidade que te acolheu apesar de nao falar sua lingua.

Estranho e' querer receber ligacoes das pessoas que ligam todos os anos, mas saber que apenas uma ou duas irao realmente pegar o telefone e discar o numero, para depois de um mes receber a conta de uma ligacao internacional para celular, em horario comercial. Ainda mais com as quatro horas de adianto daqui, que faz com que mesmo sendo inicio de noite no Brasil, aqui ja' e' tarde pra atender o telefone.

Estranho e' receber apenas um abraco apertado, de uma pessoa que te conhece bem. E saber que os outros podem ate' ser verdadeiros, mas nao partem daqueles que realmente sabem quem voce e'. Havera' comemoracao em pub, com alguns colegas de classe, colegas de Dublin, colegas de "oi e tchau". Mas fica a lembranca dos outros 08/09 comemorados ao lado dos amigos de verdade.

Estranho e' ter que levantar as 6h da manha, nao ter tempo de tomar cafe' ou receber um abraco apertado do namorado pra comecar bem o dia, por estar atrasado pro trabalho que comeca as 7h. Colocar uma roupa as pressas, que nao e' exatamente a que gostaria de vestir nesse dia. Chegar no trabalho da manha e ser tratada como em todas as outras manhas, pois ninguem sabe que dia e' hoje. Nao te conhecem, nao sabem... e os que avisados foram, nao lembram.

Ideal seria se emitissemos algum tipo de luz especial no nosso dia, para que todos soubessem. Mesmo os que nunca nos viram, mesmo os que nao se importam, mesmo aqueles que nao querem saber. Nao apenas pelos "parabens", mas para receber uma chance quando cometer uma gafe, pra ser tratada com mais calma, com mais paciencia, pra que sorrissem pra vc ao menos nesse dia e nao te pegassem pra Cristo.

Estranho e' comemorar aniversario longe de algumas das pessoas mais importantes da sua vida.


Monday, September 4

Um dia em Londres

Estranho como tudo foi decidido repentinamente. Por causa de um jogo do Brasil contra um dos maiores adversarios: a Argentina. Um amistoso, em pleno setembro de 2006, pouco antes do meu aniversario. Confesso que a vontade de conhecer Londres praticamente nao mais existia apos termos decidido vir morar na capital irlandesa ao inves da Inglaterra. Confusoes com visto, morte de brasileiro, atentados terroristas, preocupacoes dos pais e incertezas nos mantiveram longe da cidade mais visitada da Europa.

O objetivo do ultimo domingo, 03 de setembro, era simplesmente esse: fazer um bate-e-volta para ver o jogo Brasil x Argentina no novo estadio do Arsenal. O dia de turista por Londres seria consequencia.Fomos eu, Vitor, Camilo, Hilton e Egli. Acordamos as 4 da manha de domingo, para pegar o voo as 6h25 e chegar na terra da rainha um hora mais tarde.

A "viagem" do aeroporto de Stansten ate o centro tomou uma hora do nosso tempo. Como o jogo estava marcado para as 16h, tinhamos tempo disponivel para visitar os principais pontos turisticos. O primeiro foi o Madame Tussaud's. A principio as £24.99 pagas na entrada deixaram um aperto no coracao. Muito dinheiro, ainda mais apos a conversao de Euro para Libra. O local estava lotado por pessoas de todas as idades. A primeira foto foi com a estatua da Jennifer Lopes e depois vieram outras varias, como Julia Roberts, Tom Cruise, Brad Pitt, Jennifer Aniston, Madonna, Beckham e Victoria, Pele, Airton Senna e ate' Bush, Tony Blair e a Rainha Elizabeth. Foi preciso paciencia para disputar um lugar ao lado das estatuas de cera, com as quais todos os presentes pretendiam ser fotografados.

Depois de muitas fotografias e empurra-empurra, fomos a uma regiao chamada Westminster, que fica no centro de Londres e abriga varios dos principais pontos turisticos da cidade. Dentre eles estao o Big Ben, a London Eye, a Tower Bridge, a London Bridge e a Tower of London, sem falar no Rio Thames. Nada descreve a cidade num dia de sol, cheia de gente querendo eternizar otimos momentos. Foram varias fotos logo na saida do metro, quando avistamos a London Eye e o Thames. Apos alguns momentos de deslumbre, a volta de 180 graus nos mostrou o Big Ben. Uma das construcoes mais lindas que ja vi na vida. A torre em si nao e' tao alta, mas toda a construcao e' cheia de detalhes e acabamentos inesqueciveis. A passagem por Westminster nos concedeu o direito de comprar sete cartoes postais por 50 centavos de libra, sendo que os meninos ainda compraram duas camisetas do "Underground London" por £10.

As outras atracoes ficariam para depois do jogo. Decidimos ir ate Piccadilly Circus para almocar e pegar o metro que nos levaria ate o estadio do Arsenal. Piccadilly estava lotado, com direito a musica ao vivo na avenida, paneis luminosos que sao a marca registrada da regiao e muitas lojas, McDonals, Burguer Kings e Starbucks apinhados de gente. Depois de um almoco rapido, disputamos espaco no metro, cheio de brasileiros, orgulhosos com suas camisas amarelas. As mais de 59 mil pessoas presentes no estadio vibraram com os tres gols brasileiros e a derrota Argentina, por 3x0.

Mais aliviados apos a partida, decidimos visitar Notting Hill. Nao, infelizmente nao encontramos a The Travel Bookshop, famosa por ser um dos cenarios do filme estrelado por Julia Roberts e Hugh Grant. O lugar e' lindo, arborizado e famoso por sediar o carnaval de todos os anos. Partimos rapidamente de volta para o centro da cidade, com o objetivo de apreciar a vista noturna das pontes. Pegamos o metro ate Tower Hill e nos maravilhamos com a arquitetura da Tower Bridge e do Tower of London (castelo).

Caminhamos pela beira do Thames ate' por acaso encontrar uma apresentacao teatral gratuita e, pouco depois, visualizar um navio de Belfast que batalhou durante a Segunda Guerra Mundial.Era hora de pegar o onibus de volta ao aeroporto, mas ninguem parecia querer ir embora. A Tower Bridge e' simplesmente incrivel, enorme e maravilhosa. Nenhuma foto registra exatamente os sentimentos naquela hora, os detalhes da arquitetura, a felicidade pela oportunidade de estar ali, vivendo um momento unico. Nem mesmo o cansaco que sentimos hoje, nem mesmo as dores nos pes, os olhos pesados, o fato de termos dormido no chao do aeroporto de Stansten para esperar o voo de volta (as 6h30 da manha de hoje)... nada nos faz dizer que nao valeu.

Registrados:
[x] Tower Bridge
[x] Tower of London
[x] London Bridge
[x] Underground
[x] Notting Hill (Portobello Road)
[x] Madame Tussaud's
[x] Arsenal Stadium
[x] Big Ben
[x] London Eye
[x] Thames
[x] Piccadilly Circus

Na proxima viagem:
[x] The Travel Bookshop (Notting Hill)
[x] Camden Town
[x] London Zoo
[x] Museus e teatros
[x] Wimbledon
[x] ...


Wednesday, August 16

Marian Keyes

Entrevista com Marian Keyes
16/08/2006 - Dublin

Devo ter interrompido o seu processo criativo, ja que voce geralmente escreve das 8h as 15h e sao exatamente 11h30 agora.
Tudo bem, nao estou muito criativa hoje.

Voce algum dia imaginou que seus livros fossem fazer tanto sucesso?
Nao, nunca. Comecei a escreveu meu primeiro livro, Melancia, por acaso e agora ja sao nove no total.

E' incrivel como voce teve suas obras traduzidas para mais de 30 idiomas diferentes, sendo que o Ingles por si so' ja' abrange boa parte do mundo. Melancia, Ferias, Sushi e Casorio foram lancados no Brasil e os leitores nao comentam sobre outras coisas.
Fico extremamente feliz e realizada por saber disso. E' por isso que escrevo com tanta dedicacao e carinho.

Os leitores vivem questionando sobre um livro que conte a historia da Helen, a cacula das irmas. Ele esta' a caminho?
O pessoal adora a Helen, nao e' mesmo? Muitas vezes me pego pensando em como seria a forma ideal de escrever sobre ela e a responsabilidade e' tao grande que tenho medo de iniciar a historia e nao conseguir manter a essencia da personagem. Vou fazer um esforco enorme, mas talvez Helen devesse permanecer apenas como uma personagem de apoio. Nao quero que ela perca a personalidade forte.

Tem algum de seus livros que voce considera preferido?
Isso e' impossivel. Escrevi todos eles e e' claro que percebo meu amadurecimento na escrita a cada nova obra, mas nao tenho como destacar um. Assim como nao tenho um autor predileto. Gosto de muitos e cada um tem seu estilo e suas peculiaridades.

Com tantos livros vendidos como best-sellers em diversas regioes mundiais, o que voce diria as pessoas sobre a importancia da leitura? Voce acha que contribui para o aumento dessa porcentagem de pessoas que cultivaram o gosto por ler?
Nossa, ler e' tao importante. Eu mesma nao consigo sair de casa sem um livro na bolsa. Quando voce tem um livro bom, voce nao esta' sozinho. Leio onde for, seja em casa ou na fila do banco ou do supermercado.

Aqui e' um pouco diferente do Brasil pelo fato de termos disponiveis bons livros por precos baixos. As pessoas leem muito e o tempo todo: dentro do onibus, do trem, nas ruas...
Realmente os precos acessiveis e tambem o facil acesso aos livros contribui para uma leitura mais constante a assidua. Mas independente do lugar, seja aqui ou em qualquer outro continente, ler e' essencial. Talvez voces nao tenham livros muito baratos, mas existem bibliotecas, livros usados e ate' mesmo revistas e jornais. Tudo e' leitura, basta deixar a preguica de lado e cultivar esse interesse pelas palavras.


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Depois de um tempo quem comecou com as perguntas foi a propria Marian Keyes. "Quanto tempo voce esta' em Dublin?" "Por que veio parar por aqui?" "O que acha da cidade?". A entrevista na integra estara' na edicao de outubro da Revista Real.

Marian Keyes nasceu na cidade de Limerick (Irlanda), em 1963. Passou os 20-e-poucos em Londres, tornou-se alcoolatra aos 30 pela pressao (e infelicidade) do trabalho numa agencia de contabilidade apesar de ser formada em Direito, passou alguns meses num centro de recuperacao e voltou a Irlanda depois desse processo. Trouxe com ela o marido, Tony, que trabalha como seu empresario atualmente. Ambos moram em Dublin, tem um New Beetle verde-limao (encomendado pela autora, apos ter tentado um roxo ou cor-de-rosa). Alem dos nove livros publicados, Marian Keyes escreve colunas mensais para revistas femininas, nao gosta do fato de chamarem sua literatura de "Chick-Lit" e faz trabalhos voluntarios para organizacoes como Amnesty e Concern.

Wednesday, July 26

Starlight Express

Andrew Lloyd Webber's "Starlight Express" comes to Ireland for the very first time!
Andrew Lloyd Webber’s smash hit show “Starlight Express” embarks on a brand new journey in 2006 and comes to Ireland for the very first time for 4 weeks only. The Point Theatre will be alive with action from 26th July - 19th August 2006. Tickets, from €30, on sale now from usual outlets nationwide.

The new and re-designed production began its first ever UK tour in November 2004. This sensational musical spectacular enjoyed runaway success on its 2004/5 tour, thrilling audiences nationwide with its sheer energy, excitement and daring physicality.

David Ian (producer of the show and Chairman of Global Theatre for Live Nation) says, 'After the huge success we enjoyed last year, I’m thrilled to be playing even more theatres including Dublin’s Point Theatre in 2006 with one of Andrew Lloyd Webber's biggest ever hit shows - truly a family spectacular for everyone to enjoy.'

Simply light years ahead of the rest, this futuristic tale of the triumph of love and hope in the face of adversity is a feel good musical with something for everyone. Including over 20 of Andrew Lloyd Webber’s greatest songs and all the thrills and spills of roller racing action, “Starlight Express” brings audiences a performance with speed, spectacle and turbo-charged excitement.

The show is specially created by members of the show’s original creative team, including legendary designer John Napier (“Cats”, “Les Misérables”, “Miss Saigon”) and choreographer Arlene Phillips (“Grease”, “Saturday Night Fever”, BBC TV’s “Strictly Come Dancing” and “Strictly Dance Fever”). It also includes the exciting new element of cutting edge 3D technology by Julian Napier (“Cats”, “Time”, “We Happy Few”).

“Starlight Express” is one of the world’s longest running musicals. It opened at the Apollo Victoria Theatre on 27 March 1984, where it played to more than eight million people until its final performance on 12 January 2002. During its triumphant 18 years in the West End, the show took a staggering £140 million at the box office and achieved international success with productions in the USA on Broadway, in Las Vegas and on tour in Japan, Australia and Germany.
[ Text from: The Point Theatre - www.thepoint.ie ]

Friday, July 7

Riverdance is coming...

  • 48 mil quilos de chocolate
  • 150 mil galoes de agua
  • 40 mil galoes de Gatorade
  • O CD que ganhou o Grammy vendeu mais de 2.5 milhoes de copias
  • 38,400 rolos de gaze
  • 9 milhoes de DVDs vendidos
  • Mais de 500 mil milhas viajadas (a mesma distancia de ida e volta 'a lua)
  • 28 casamentos entre os membros da equipe
  • Visto ao vivo por mais de 18 milhoes de pessoas
  • 250 lugares do mundo
  • 30 paises
  • Quatro continentes
  • 15,500 guitarras e baixos substituidos
  • 32 mil caixas de lencos de papel
  • 12 mil sapatos

[Fonte: www.riverdance.ie]

Friday, June 23

Baywatch Babe

Depois dos encontros de final de semana com a Andrea Corr, ontem foi a vez de encontrar com a 'siliconizada' Pamela Anderson. Foram o tapete vermelho, os segurancas e o numero de pessoas acumuladas em frente a loja Brown Thomas me fizeram desviar o caminho. "What's happening, someone famous?" e uma das centenas de pessoas paradas ali respondeu "Pamela Anderson".

Ja' tinha desistido, uma vez que nao sinto nada de especial pela ex-Baywatch babe (SOS Malibu), mas decidi voltar por nao ter nada de mais interessante para fazer no momento. [Iria comprar uma calca jeans, mas isso pode esperar. Sangue de jornalista e' fogo, nao pode ver novidade]. Procurei um lugar bom e permaneci ali, atras dos fotografos e cinegrafistas, por uns bons 40 minutos antes de avistar a atriz la' do outro lado.

Tirei algumas fotos. Com zoom ativado 4x, 3x, 2x, 0x, tentando me equilibrar sobre o ferro de isolamento e disfarcar meu tamanho atras dos fotografos, com maquinas gigantes e totalmente diferentes da minha - profissionais.

Incrivel como todos os que passavam por ali pararam, ao meio-dia, para prestigiar um momento que nao durou tres minutos. Quem sou eu para julgar se fiz o mesmo? Por isso vivo repetindo: jornalistas sao atraidos por acontecimentos dos mais variados tipos. De uma guerra ou escandalo politico, a eventos sem importancia e sensacionalistas.

Monday, June 19

Maybe sometimes we feel afraid, but it's alright.
The more you stay the same, the more they seem to change.
Don't you think it's strange?

[ Put your records on - Corinne Bailey Rae ]

Friday, June 16

The Lake House

"Voce esperaria por alguem que ainda nem conheceu?"


Estou simplesmente m.a.l.u.c.a pra assistir a esse filme. "The Lake House" ainda nao esta' em cartaz por aqui e pelo que li, em agosto deve estrear no Brasil. Dois dos meus preferidos: Sandra Bullock e Keanu Reeves.



Sem falar no corte de cabelo dela que, com certeza, sera' o meu proximo investimento.




O corte

Thursday, June 8

Medugorje

Santa de Medugorje, na Iugoslavia. Nunca tinha ouvido falar nela, mas depois de uma rapida pesquisa na Internet, soube que ela apareceu a alguns fieis pela primeira vez em 1981. O fato ocorre ate' hoje.

Falo isso pois na ultima terca-feira, indo pro trabalho, fui parada por um senhor que esta' sempre naquele mesmo local. No centro da cidade, ponto bastante movimentado, tocando um instrumento tipicamente irlandes chamado Bodrhan. Me parou como se me conhecesse ha' tempos. Conversamos. Sentei e ele me ensinou alguns passos basicos para manusear o Bodrhan. Tentei, me interessei, fiquei curiosa.

Depois da conversa inicial, me perguntou se eu conhecia a Santa de Medugorje. Tirou um pingente do bolso e o entregou a mim. "Nao preciso de nada em troca. E' um presente meu. Voce tem uma personalidade muito boa e essa Santa ira' te proteger. Use no pescoco".

Agradeci e fui embora. Encantada.

Descobri, mais tarde, que a Santa de Merdugorje nasceu no mesmo dia que eu: 8 de setembro.

Thursday, June 1

Irlandeses famosos

No cinema...
[x] Pierce Brosnan
[x] Gabriel Byrne
[x] Colin Farrell
[x] Brendan Gleeson
[x] Liam Neeson

Nas notas musicais...
[x] Bono
[x] Boyzone
[x] The Corrs
[x] The Cranberries
[x] Enya
[x] Van Morrison
[x] Sinead O'Connor
[x] Snow Patrol
[x] Westlife
[x] Stephen Morrissey (The Smiths)
[x] Dusty Springfield
[x] Damien Deempsey
[x] The Dubliners

Nos livros...
[x] Samuel Beckett
[x] Neil Jordan
[x] James Joyce
[x] George Bernard Shaw
[x] Oscar Wilde
[x] Marian Keyes

Tuesday, May 30

Significados

Solidao e' uma ilha com saudade de barco. Saudade e' quando o momento tenta fugir da lembranca para acontecer de novo e nao consegue. Lembranca e' quando, mesmo sem autorizacao, seu pensamento reapresenta um capitulo. Autorizacao e' quando a coisa e' tao importante que so' dizer "eu deixo" e' pouco. Pouco e' menos da metade. Muito e' quando os dedos da mao nao sao suficientes.


Desespero sao dez milhoes de fogareiros acesos dentro de sua cabeca. Angustia e' um no' muito apertado bem no meio do sossego. Agonia e' quando o maestro de voce se perde completamente. Preocupacao e' uma cola que nao deixa o que ainda nao aconteceu sair de seu pensamento. Indecisao e' quando voce sabe muito bem o que quer mas acha que devia querer outra coisa.


Certeza e' quando a ideia cansa de procurar e para. Intuicao e' quando seu coracao da' um pulinho no futuro e volta rapido. Pressentimento e' quando passa em voce o trailer de um filme que pode ser que nem exista. Renuncia e' um nao que nao queria ser ele. Sucesso e' quando voce faz o que sempre fez so' que todo mundo percebe. Vaidade e' um espelho onisciente, onipotente e onipresente. Vergonha e' um pano preto que voce quer pra se cobrir naquela hora. Orgulho e' uma guarita entre voce e o da frente.


Ansiedade e' quando sempre faltam 5 minutos para o que quer que seja. Indiferenca e' quando os minutos nao se interessam por nada em especial. Interesse e' um ponto de exclamacao ou de interrogacao no final do sentimento. Sentimento e' a lingua que o coracao usa quando precisa mandar algum recado. Raiva e' quando o cachorro que mora em voce mostra os dentes. Tristeza e' uma mao gigante que aperta seu coracao. Alegria e' um bloco de carnaval que nao liga se nao e' fevereiro.


Felicidade e' um agora que nao tem pressa nenhuma. Amizade e' quando voce nao faz questao de voce e se empresta pros outros. Decepcao e' quando voce risca em algo ou em alguem um xis preto ou vermelho. Desilusao e' quando anoitece em voce contra a vontade do dia. Culpa e' quando voce cisma que podia ter feito diferente, mas, geralmente, nao podia. Perdao e' quando o Natal acontece em outra epoca do ano.


Desculpa e' uma frase que pretende ser um beijo. Excitacao e' quando os beijos estao desatinados pra sair de sua boca depressa. Desatino e' um desataque de prudencia. Prudencia e' um buraco de fechadura na porta do tempo. Lucidez e' um acesso de loucura ao contrario. Razao e' quando o cuidado aproveita que a emocao esta' dormindo e assume o mandato. Emocao e' um tango que ainda nao foi feito. Ainda e' quando a vontade esta' no meio do caminho. Vontade e' um desejo que cisma que voce e' a casa dele. Desejo e' uma boca com sede. Paixao e' quando apesar da palavra "perigo" o desejo chega e entra.


Amor e' quando a paixao nao tem outro compromisso marcado. Nao. Amor e' um exagero... tambem nao. E' um "desadoro"... Uma batelada? Um exame, um diluvio, um mundareu, uma insanidade, um destempero, um desproposito, um descontrole, uma necessidade, um desapego? Talvez porque nao tivesse sentido, talvez porque nao houvesse explicacao, esse negocio de amor nao sei explicar.

["Significados" - por Adriana Falcao]

Monday, May 29

Estranho e' estar aqui

As vezes me pego pensando como e' estranho estar longe de casa. Antes de vir morei cinco anos fora da casa dos meus pais. O comeco foi complicado. Muitas coisas com as quais se acostumar, tombos pra poder aprender e a bendita e necessaria responsabilidade. Hoje, quando olho pra tras, percebo o quanto foi enriquecedor e como passar por momentos de angustia foi importante para meu amadurecimento.

Hoje estou em outra fase. Convivo com pessoas diferentes, de varias partes do mundo. Moro com um casal que conheci ha' menos de dois meses e que, muitas vezes, parece nao ter nada em comum comigo ou com o Vitor. Caminho mais do que jamais caminhei, mas nao me importo. Convivo com o frio, com o vento, com a garoa quase que diaria. Uso uma jaqueta de chuva e me acho ridicula. Mas uso.

Moro num apartamento novo, com tudo o que preciso, mas e' estranho nao ter um enfeite na mesa, um porta-retrato no quarto, um mural na parede. E' estranho nao ter armarios no banheiro ou prateleiras no guarda-roupa, e ter que deixar as camisetas num armario do corredor. Tambem e' estranho tomar cafe' da manha, enquanto no Brasil eu nunca faria isso. O maximo seria uma xicara de cafe' quentinho ou Nescau gelado. E' estranho ter que comprar leite e pao a cada dois dias depois da aula, ligar o aquecedor de agua e esperar por meia hora antes de tomar banho, desligar os aparelhos da tomada pra nao gastar energia alem do necessario.

Sentir a calca apertada, juntar o dinheiro pra pagar o aluguel, tentar economizar na conta de luz, conviver com pessoas que nao se importam em sujar as ruas e o interior dos onibus mesmo com lixeiras espalhadas em cada esquina. Almocar fora de casa, se sentir perdida quando nao tem o que fazer, trabalhar nos finais de semana, nao ter dias de folga, frequentar uma escola de ingles onde 95% sao brasileiros, repor o estoque, colocar a compra dos outros na sacola, nao saber os nomes de alguns tipos de pao e mesmo assim tentar acertar na hora da venda. Atender pessoas famosas que eu nunca vi na vida, nem nunca ouvi falar, nem sei o que fazem para serem tao conhecidas. Alem, e' claro, de ser chamada de "Janina" porque aqui ninguem consegue pronunciar meu nome da maneira como deve ser.

Tudo isso e' estranho, mas eu gosto. Gosto do fato de ser diferente, de nunca ter passado por situacoes parecidas, de falar ingles ate' mesmo com brasileiros. Nao gosto da saudade. Mas sei que ate' ela me ajuda, pois quando eu voltar, quando vir meus amados de novo, saberei dar o devido valor.

Thursday, May 25

Vazio

Nha... nada demais.


Estava com vontade de vir e postar algo novo, mas e' estranho pois ao mesmo tempo que me sinto inspirada, nao sinto.

Vai entender...

Friday, May 19

Novo layout

Pensei que talvez fosse interessante mudar um pouco os ares do blog. Ja' que dias desses precisei encarar os codigos html pra arrumar os posts que tinham sumido, aproveitei a folga entre um toque telefonico e outro para encontrar algo que combinasse. Acredito ter encontrado. Ainda nao tenho certeza. Enjoo facilmente de certas coisas e nao sera' surpresa se, logo logo, voces encontrarem um terceiro layout neste endereco.

Novidades, nao tenho muitas. Apenas que adoro receber os e-mails de cada um de voces e que gosto ainda mais quando aparecem por aqui e registram suas passagens atraves de comentarios deliciosos. O fim de semana sera' de trabalho novamente. Nove e oito horas, sabado e domingo respectivamente. A loja e' nova, o movimento ainda nao e' dos melhores, mas o salario e' extra. :D Nao posso reclamar.

Por enquanto nao ha' nada que eu possa trazer de novo, como um outro parque, o encontro com uma celebridade, uma dica de pub ou algum curso interessante. O que posso, nesse momento, e' contar um pouco sobre as curiosidades e diferencas em relacao ao Brasil. Vamos la':

[x] Papel higienico aqui e' jogado diretamente no vaso sanitario. Muitos banheiros nem mesmo possuem um cesto de lixo, a nao ser para casos 'especiais', como absorventes, band-aids ou quaisquer outras coisas que nao encaixem no quesito 'papel higienico sujo'.
[x] O pessoal e' porco demais. Pelo menos a maioria deles. Jogam papel no chao, assim como latinhas e cigarros, embora varios lixeiros estejam distribuidos pelas calcadas com compartimentos especiais para que os fumantes depositem as chepas.
[x] Noticia boa! O incentivo a leitura aqui e' constante e exemplar. Ha' dois jornais diarios que sao gratuitos e distribuidos durante as manhas nos pontos mais movimentados. Alem disso, os jornais de domingo sao enormes, cheios de encartes e revistas, CDs e DVDs gratuitos. O mais caro custa 2.30 euros.
[x] De acordo com meu professor, 95% dos pubs localizados no centro pertencem a uma unica empresa. Devem lucrar bastante, huh?
[x] Os pontos comerciais que nao reciclam o lixo, levam multa e, em muitos casos, os lixeiros se recusam a levar o material embora caso nao estejam devidamente separados em sacos especiais para a reciclagem.
[x] Essa semana lotaram dois avioes com imigrantes chineses que estavam ilegais em Dublin e os mandaram de volta para a terra natal.
[x] Um colega meu e do Vitor encontrou com o Bono Vox na semana passada, num pub do centro da cidade. Tirou foto e tudo. Disse que o cantor e' muito atencioso e simpatico.
Nao vou enche-los muito. Ja' escrevi demais. Um bom fim de semana e espero comentarios quando eu voltar. :)

Wednesday, May 17

Descobertas

Algo aconteceu com este blog - e eu simplesmente nao tenho ideia do que pode ter sido - e me fez perder todos os links que eu tinha como favoritos e bastante uteis para os interessados em Dublin.

Ocupei boa parte da tarde arrumando o layout, cujo conteudo nao aparecia ha alguns dias. Recuperei, ao menos, os posts. Os links virao assim que eu tiver um tempinho e paciencia para seleciona-los e coloca-los novamente ao lado.

Sobre as novidades por aqui...tenho muitas e, ao mesmo tempo, nenhuma. O dia-a-dia ja esta' rotineiro. Trabalho-escola-casa-e mais trabalho nos finais de semana. O meio tempo e' que interessa. Dias desses encontrei, sem querer, um dos parques mais bonitos que ja' vi por aqui. O Herbet Park e' enorme, pega os dois lados de uma avenida, tem quadras de tenis, gramados enormes onde as pessoas se exercitam ou sentam para ler, um lago, muitas arvores, flores e trajetos.

Em frente a um outro parque, que fica bem em frente a escola, est'a a casa onde Oscar Wilde morava. Atualmente e' uma escola de ingles chamada American College Dublin.



Thursday, May 11

Canto Alla Vita!

I sing to life and to it's tragic beauty
To pain and to strife, but all that dances through me
The rise and the fall
I've lived through it all...
Canto Alla Vita!

Wednesday, May 10

Havaianas


Havaianas.
Vendidas aqui pela bagatela de 26.00 euros.

Friday, May 5

Desejos a curto prazo

[x] Conhecer a loja Delicias do Brasil, no Temple Bar
[x] Pub, pub, pub! Pelo menos os mais famosos
[x] Passar e tirar fotos na Wall of Fame
[x] Voltar na loja H&M e admirar a linha brasileira de roupas lah, em homenagem a copa do mundo (alem de namorar as jaquetas lindasss)
[x] Ir ateh o CineWorld e fazer a carteirinha que te permite assistir quantos filmes quiser por 17.50 ao mes
[x] Frequentar semanalmente a biblioteca publica e aproveitar os livros disponiveis no acervo
[x] Continuar aproveitando os jornais e revistas que tenho disponiveis no trabalho para me informar sobre a regiao e me divertir
[x] Tomar mais uma Bulmers
[x] Andar sem direcao, sem hora pra chegar, com tenis confortaveis e o objetivo de conhecer cenarios ainda nao visitados
[x] Sentar no sofa da sala e ler um livro enquanto tomo um cafe bem quentinho e cremoso
[x] Sair com o Vitor e andar de maos dadas, apaixonada e enche-lo de mimo

3:33

Nao pude deixar de comentar. No post anterior falei sobre o terceiro encontro com a Andrea Corr. Deem uma olhada no horario :)
T.O.T.A.L.M.E.N.T.E por acaso.

Third time's a charm

Ah, vai. jah estah ateh ficando sem graca. Mas preciso registrar por acreditar ter sido a ultima vez. No ultimo sabado, 29 de abril, a Andrea Corr apareceu lah na loja de novo. Dessa vez, com o namorado. E fui eu quem atendeu o casal. Lindos, carinhosos, com direito a divisao na hora do pagamento das compras.

Como passo a trabalhar na outra loja a partir dessa semana, provavelmente nao vou mais ve-la durante o expediente. Uma pena. Mas foi marcante e unico. Ou melhor... unico nao porque aconteceu tres vezes. E "the third time's a charm"!

Monday, April 24

Andrea Corr x 2

Se eu contar pra mim mesma ainda nao acredito. E isso porque dizem que o raio nao cai duas vezes no mesmo lugar. Mas dizem tambem que, se acontecer uma vez, pode nunca mais acontecer. Mas quando acontecem duas...


Quem conhece a banda irlandesa The Corrs, famosa no mundo inteiro, deve imaginar o que estou tentando dizer. A historia eh a seguinte (e pode parecer baba-ovo, puxa-saquismo e ateh besteira, mas eu simplesmente preciso deixar registrado): trabalho num lugar durante a semana e em outro nos finais de semana e feriados.



Esse segundo trabalho eh numa loja tipo uma conveniencia, que fica num bairro que abriga os bem afortunados. Lembro que um motorista de taxi falou, no meu primeiro dia aqui, que esse bairro eh a "Hollywood Irlandesa". Talvez nao seja pra tanto, mas eh algo do tipo.


Pra encurtar a historia... dois caixas na minha frente, me aparece uma baixinha, branquela, usando roupas de ficar em casa e um gorro brega. Olho, olho... me certifico, nao querendo fazer papel de idiota e me aproximo. "Voce nao eh a Andrea Corr?"

Ela: Erm... ya-ham.


Aha! Tentei puxar um papo breve, mas ela disse que estava gripada e nao poderia falar muito. Um pouco frustante pra pessoa que foi num show da banda em Madrid dois anos antes, tem os DVDs e CDs e sabe todas as musicas de cor. Mas, tudo bem. Ela nao eh a preferida.


Depois que ela foi embora, fiquei pensando que poderia ao menos ter pedido um autografo, mas jah era tarde. Conheci, ao menos! Serio... do meu tamanho, branquelinha, pele lisa, sem maquiagem e uma roupa super brega. Tenho ateh a lista de compras. Soh coisas saudaveis, vegetais, salada, frutas - provavelmente para o jantar.


Domingo, o dia 2. Trabalhando normalmente, pensando no meu break de 15 minutos, quando olho para o lado e vejo a pessoinha novamente. Duas horas mais cedo do que o dia anterior. Mesma touca com um pompom no meio, calca de moletom cinza, jaqueta vermelha, tenis e oculos escuros. De hoje nao passa. Peguei papel, caneta, esperei que ela pagasse pelas compras e fui. Pedi um autografo, jah com medo de sair frustrada novamente.


Pelo contrario. Sorriu, assinou o papel ('To Nina. Love, Andrea Corr'), puxou papo, foi simpatica. Conversei um pouco, agradeci com aquele sorriso tipo "cabide-dentro-da-boca" e desejei melhoras.

Wednesday, April 19

Coisas...

[x] Muitas tulipas. Coloridas, lindas!
[x] Vento constante.
[x] Frio cada vez menos intenso.
[x] Apartamento novo.
[x] Empregos que adoro!
[x] Aulas repletas de brasileiros.
[x] E-mails pra familia e amigos.
[x] Andando andando andando.
[x] Onibus que demoram uma eternidade pra chegar no ponto.
[x] Luas: trem muito util.
[x] Saudades.
[x] Ingles ingles ingles e um pouquinho de portugues nas horas vagas.
[x] Prova essa semana.
[x] Muita roupa, pouco espaco, somente algumas realmente utilizaveis.
[x] Roupas masculinas = lindas. Independente do preco ou tipo de loja.
[x] Roupas femininas = horrorosas nas lojas mais acessiveis. Perfeitas nas mais caras. Vai entender.
[x] Nunca vou entender: como, nesse vento e chovendo boa parte do tempo, algumas mulheres usam mini-saia e alguns homens usam bermuda e manga curta.

Thursday, April 13

Muita coisa!

Nao sei nem por onde comecar a descrever esse lugar. E' lindo demais! Construcoes historicas, antigas, verde verde verde, parques, lagos, pubs e mais pubs. E brasileiros. Essa terra esta' cheia deles. Pelo menos na escola onde estamos estudando. Podemos dizer que 90% sao brasileiros na escola e, consequentemente, todos frequentam aquela regiao praticamente todos os dias, o que nos deixa rodeados, por um momento. Esse foi o ponto fraco, a unica coisa que me frustrou por aqui ate' agora. Nao vou ficar me explicando e dizendo que nada tenho contra aqueles que vem do Brasil, pq realmente nao tenho nada contra - uma vez que eu mesma fiz isso duas semanas atras. Mas o fato de ter vindo pra Irlanda para aprimorar o ingles e estudar numa escola onde teoricamente falariamos ingles o tempo todo, fez com que ficassemos surpresos com a quantidade de brasileiros matriculados nessa mesma escola. Masss, negativo de um lado, positivo de outro. Nunca se sabe quando precisaremos de algumas informacoes vindas dos que ja estao por aqui ha mais tempo.

Dublin
Sobre a cidade... ai ai. Dublin! Estou totalmente apaixonada por este lugar. Apesar de estarmos na primavera, ainda faz frio. As temperaturas nos ultimos dias variaram entre 1 e 4 graus. O pior nao eh o fato de convivermos com temperaturas tao baixas. O que incomoda mesmo eh o vento, sempre presente no dia a dia dos dublineses. O centro da cidade eh bem grande e dividido por regioes. Tudo aqui eh dividido por regioes, as chamadas "Dublin 01", " Dublin 02" ... e por aih vai. As regioes de numeros pares ficam ao sul do Rio Liffey e parecem ser mais elitizadas e seguras. As de numero impar ficam ao norte do Liffey, famosas por acolherem estudantes estrangeiros. As acomodacoes por lah sao um pouco mais baratas que nos outros lugares e dizem que quando mais subirmos, mais violento fica. Nao que seja uma guerra la pra cima, mas dizem que eh mais provavel que pra la aconteca algo do que no sul.

Bom, deixa de besteira. Vamos ao que interessa. Me doi dizer isso, na verdade, pq aqui tudo eh muito interessante. Nao, ainda nao fui aos pubs e nem ao menos provei a famosa Guinness. Mas tudo tem seu tempo. Estou priorizando outros aspectos que me deixarao mais contente a curto prazo. Melhor deixar o dinheiro guardado para poder gasta-lo depois, sem preocupacoes. Por enquanto ainda estamos em casa de familia. Isso nao posso deixar passar, merece um paragrafo especial.

Host Family
O nome dela eh Adrienne, mas a chamamos de A. extremamente querida e atenciosa, super preocupada... perfeita! O marido dela, Tommy, esta' em Donegal, uma cidade ao norte da Irlanda. Ela vai pra lah agora na Pascoa, jah que teoricamente ficariamos apenas ate' este domingo com ela. Isso nao vem ao caso... voltando ao assunto: ela eh adoravel e tem sido super maezona pra nos aqui. Tivemos muita sorte por conseguir uma pessoa como ela, cheia de vontade de ensinar coisas novas, curiosidades, tirar duvidas e nos explicar o porque de certos costumes na cidade. Nao podemos reclamar. Vou sentir saudades, com certeza. Eh incrivel como nos apegamos facil a ela, a primeira pessoa que nos acolheu numa cidade totalmente estranha e distante de todo o resto que conhecemos. Foi definitivamente importante para nos dois e deixara saudades.

Nao vou postar demais hoje. Estou na correria, bastante ocupada, cheia de coisas pra fazer e ate' um pouco perdida, pois nao tenho ideia de como comecar a contar sobre as coisas aqui em Dublin. Para os que estao pensando em vir: a imigracao eh super tranquila, nao se preocupem. :-) Nao sei quando vou poder atualizar de novo. Pode ser amanha, pode ser daqui a um tempao. Mas espero, ao menos, poder voltar de vez em quando para deixar alguns acontecimentos registrados.

Estou totalmente perdida em relacao ao rumo deste blog, mas tenho certeza de que logo logo ele se encontra sozinho. ; -)

Wednesday, March 29

Sobre a família

Informações importantes [ pelo menos para as duas primeiras semanas em Dublin ]:
[1] Nossa host family mora longe, bemmm longe da escola e do centro da cidade.
[2] Nossa host family deve sair de casa o tempo todo, pois o telefone cansa de chamar e depois cai na secretária eletrônica.
[3] Nossa host family terá o nome preservado (por nossa opção. Internet atualmente pode ajudar, mas também atrapalhar muito!), mas sabemos que começa com "Mc". E não... não é McDonald!
[4] Se algum dia conseguirmos contato, provavelmente iremos partilhar por aqui. No momento, não é possível.
Deixe seu recado após o bip.

No mínimo estranho!

Faltam quatro dias, mas a ficha ainda não caiu direito. Não pelos preparativos não terem começado, nem pela família não comentar e perguntar o tempo todo. Pois isso eles fazem. Ah, se fazem. Normal. Curiosidade, preocupação, busca por certezas. Mas acho que ainda não caí na real simplesmente porque não quis. Por que, quando acontecer, provavelmente vai ser um sentimento muito estranho. No mínimo.
Faltam quatro dias e eu nem sequer pensei na possibilidade de fazer uma pré-seleção das roupas ou dos calçados pra levar. A despedida já foi feita. Na sexta-feira passada, em Floripa, com pessoas muito especiais. Foi tudo de bom. Aproveito o momento de inspiração pra agradecer todos os que compareceram e nos apoiaram e desejaram coisas boas e enviaram energias positivas - muito embora a maioria não deva ler este blog.
Continuando... a despedida já aconteceu. Pelo menos dos amigos. A da família venho adiando. Ontem fui na minha tia pra me despedir. Jura. Claro que não aconteceu. Fiquei de voltar mais em cima da hora. Talvez pra ficar um momento mais oficial.
Talvez pra fugir da saudade pelo menos por dois ou três dias. Talvez porque, simplesmente, seja difícil falar "tchau", dar aquele abraço apertado, escutar palavras verdadeiras, dizer que vai manter contato sempre que possível e perceber que aquela pessoa realmente te deseja tudo de bom.
Talvez por isso minhas roupas ainda estejam no armário, algumas palavras ainda não tenham sido ditas, alguns gestos não tenham se concretizado. Talvez por isso ainda não saí de casa pra comprar as coisinhas que faltam, pra autenticar documentos, pra tirar cópia do que for necessário. Talvez eu esteja apenas esperando pelo momento certo.
Faltam quatro dias. Não sei quando a ficha vai finalmente cair. Sei apenas que o momento está bem próximo e deve acontecer logo logo.

Sunday, March 19

Mapa da cidade

Tá mais do que na hora de colocar um mapa de Dublin por aqui, certo? Para conhecimento, vale dizer que a cidade é dividida por áreas representadas por números. Os pares ficam ao sul do Rio Liffey, enquanto os ímpares ficam ao norte. Segue abaixo o link direto para o mapa, que mostra todas essas regiões, devidamente divididas por cores.

Faltam 15 dias e muitaaaaa coisa pra arrumar ainda.

Tuesday, March 14

Registro

Faltam 19 dias.
A fase da deprê passou.
Pelo menos por enquanto.
Estou animadíssima. Um pouco preocupada, claro. Mesmo porque isso é meio difícil de deixar escapar. Mas bem menos que no início.
Saí do emprego, metade das coisas já foram retiradas do apartamento.
Faltam algumas burocracias, reuniões, malas, caixas para levar.
E 19 dias. Passando mais rápido do que eu imaginava.

Wednesday, February 22

Pequenas coisas...

Quanto mais a viagem se aproxima, mais percebo valorizar as pequenas coisas, como há tempos não fazia. Aliás, sempre tentei dar máxima importância aos acontecimentos simples. E sempre tive um retorno bastante satisfatório em relação a isso. Agora, com viagem marcada, passo a me importar ainda mais. Desde comer um sushi, até andar descalça na areia da praia. Gasto meu dinheiro com mais prazer. No final, não é gasto. É investimento. Ao mesmo tempo, deixo de comprar alguns apetrechos que sei que serão abandonados por aqui, pois não poderei levá-los comigo. Tenho direito a duas malas, com 20 quilos cada uma. Parece muito. Mas para quem vai passar no mínimo seis meses longe - muito longe - de casa, é quase que insuficiente. Ainda mais tendo de levar roupas pesadas, grossas, que protejam do frio e da chuva.

O Vitor, meu namorado tão compreensivo, companheiro e amigo para todas as horas, carrega consigo a santa e divina paciência. Tenho pequenos surtos vez ou outra. Sobra para ele, claro. Ou melhor, para os ouvidos dele, que me agüentam falando das escolhas que temos que fazer, do que levar, do que abandonar, da saudade, do risco, da insegurança e do medo. Os dias a mais no mês, são dias a menos para o embarque. E aos poucos vamos tentando aproveitar ao máximo as coisas que sempre tivemos ao alcance, mas que nem sempre demos o devido valor.

Falta pouco mais de um mês. De tudo o que terei de encaixotar para a mudança, desocupei apenas as prateleiras de livros. Algo me diz que, se fizer aos poucos, será mais fácil. Mas olhar para a estante vazia é somente o começo de todo um processo, no qual terei que, cedo ou tarde, deixar para trás objetos, pessoas e lugares dos quais gosto demais. É por uma conquista, por aprendizados, por amadurecimento. E é temporário.
Se não fosse agora, não seria mais.

Friday, February 10

Curiosidades e Dicas...

Encontramos alguns sites com depoimentos curiosos sobre Dublin e gostaríamos muito de partilhá-los com os leitores do blog. Estou bastante curiosa para comprovar (ou não) essas afirmações e, com o tempo, fazer minhas próprias observações em relação a locais, pessoas, compras, preços, dicas...

Todas as informações abaixo tiveram como base os seguintes sites:
O Viajante

E senta direitinho aí porque tem bastante coisa!
Curiosidades e Dicas...
* Do aeroporto ao centro = o aeroporto fica a mais ou menos meia hora do centro. A dica é pegar o AirLink até a rodoviária e pegar o ônibus 41 até o centro (mais barato, mas demorado). Tenha moedas quando trocar seus dolares, pois os coletivos não dão troco.

* Burocracia da chegada = você pagou o curso no Brasil, certo? Já se livrou de um passo. Depois disso e quando já estiver em Dublin (sim, porque daqui pra frente tudo é feito lá), você deverá providenciar a abertura de uma conta bancária para depositar o dinheiro que trouxer do Brasil (mínimo de 1.000 euros). Então, vamos aos poucos:
1 Abrir a conta no banco e depositar o dinheiro que trouxe. Pegar o extrato para apresentar na imigração quando for pedir o visto de permanência no país.
2 Pedir uma carta para a escola, que comprove que você está estudando full-time, com data de início e término do curso.
3 Caso não tenha nenhum contrato, pedir um comprovante de residência para o responsável pelo local onde está hospedado.
4 Ir até o GNIB (Garda National Bureau of Imigration), que fica na Eden Quay, perto da O'Connell Brigde. É lá que você irá solicitar o visto de estudo e trabalho (porque quando chega em Dublin e é aprovado na imigração, eles te dão somente o visto de estudos).
5 Quando for ao GNIB, leve os seguintes documentos: a) passaporte; b) carta da escola; c) extrato da conta; d) comprovante de residência; e) passagem de volta.
6 Depois de fazer tudo o que foi citado acima, é preciso ir até o Wellfare Social Office da região em que mora e pedir o PPS number (Personal Public Service Number). O PPS é o número de cadastro para pagamento de impostos, pedido pela maioria dos empregadores. Muito difícil conseguir algum emprego sem ele. Isso demora de três a 20 dias pra chegar.
7 Um número de celular local é sempre bom, para que você possa atualizar seu currículo com um telefone de lá. Para quem usa celulares com a tecnologia GSM fica mais fácil. Leve o aparelho e compre um chip.

* Acomodação = quanto mais perto do centro, mais caro. Uma dica aos que preferem procurar acomodação com mais calma, é ficar no Jacob's Inn, um albergue perto da rodoviária. Lá, você paga cerca de 60 euros por semana, o que é considerado barato para os padrões irlandeses. Telefone: 00 353 1 855.5660. Dêem uma olhada na seção de links ao lado, onde coloquei algumas indicações de sites que podem ajudar na procura por acomodação. O jornal Evening Herald normalmente possui bons classificados. Isaac Hostel = de acordo com a fonte citada anteriormente, a estrutura é boa, fica perto da rodoviária mas (sempre tem um "mas") os responsáveis são um pouco grossos e dinheiristas. Sugestão = Abbey Hostel, na O'Connell Bridge, 29 - Bachelors Walk. Bem localizado, em frente ao rio Liffey.

* Locomoção = o ticket semanal para estudantes custa 15,50 euros. A cidade é plana e com boas ciclovias, o que torna as bicicletas ótimas opções de transporte. Uma bike usada, em boas condições, custa entre 40 e 70 euros.

* Alimentação = sem regalias, prepare-se para gastar de 10 a 20 euros por semana. O autor dos depoimentos sugere os supermercados Tesco, Audi e Lidl. O Lidl (www.lidl.ie) é um paraíso, com gêneros alimentícios variados e com preços acessíveis. Lanchar na rua não sai por menos de 2 euros por refeição. Dica: só compre em Spars e Centras em caso de muita necessidade (não sei o motivo disso, mas ele deve ter alguma boa razão). O mercado de chocolates é inteiramente dominado pela Cadbury. Para os que não abandonam o Nescau, a sugestão é o Cola Cao, de uma fabricante espanhola, ou o Nesquik, já conhecido nosso. O único biscoito recheado é o Oreo, importado da Espanha.

* Pontos turísticos
a) Trinity College: Universidade que fica no centro e abriga o Dublin Experience - apresentação multimídia da história do país, desde os Vikings até os dias de hoje - além de uma bela biblioteca. Fica ao lado do parque St. Stephen's Green, a melhor opção para quem quer paz e silêncio.
b) Phoenix Park: maior parque urbano do mundo.
c) vá até a Moore Street, onde fazem a feirinha dos estrangeiros.
d) The Kitchen: boate do Bono Vox, com muita música eletrônica.
e) Restaurante Tosca: é do irmão do Bono Vox.
f) Fora de temporada, Bono costuma ser visto passeando e tomando cerveja na região central de Dublin.
g) Bono mora no extremo leste da cidade. No portão de bronze, pode-se avistar trechos de Dante Alighieri.
* Pubs
a) Pub Arlington Hotel: com música tradicional irlandesa, abre diariamente às 21h.
b) Pub Mezz: reggae ao vivo, às quartas-feiras.
c) Outros: Whelan's e Phantasm (rock), Brussels (hard rock), Odeon e 4 Dame Lane (lounge, dance) e Fitzsimon's ou Turk's Head (pop).

* Ligações = ao ligar pro Brasil, a melhor pedida é comprar um cartão Europa ou Globbal Caller em qualquer lojinha e ligar de um telefone que não seja público.

* Internet = o melhor lugar para acessar a Internet é a O’Connell Street, rua principal de Dublin, onde se paga de 2 a 4 dólares por hora.

Friday, February 3

As perguntas que não querem calar

Com essa espera, a gente muitas vezes se pega pensando em coisas pra levar, o que não podemos esquecer de jeito nenhum, as dúvidas que precisamos tirar, os check-ups pra fazer, os encontros pra realizar antes de partir. Eu e o Vi temos inúmeros questionamentos que, acredito eu, só serão esclarecidos quando estivermos por lá. Por mais que a gente tente absorver o máximo de informações antes da viagem, é praticamente impossível conseguir lembrar de tudo ou, se preferir, não esquecer de nada.

Para relaxar um pouco e deixar o clima de ansiedade de lado por alguns instantes, coloco abaixo algumas perguntas que não querem calar. Fontes: cabeças malucas do Vi e da Jana.

1. O que faremos durante as sete horas de espera no aeroporto?
2. Como será o primeiro contato com a família?
3. Temos que levar roupas de cama, toalhas e edredons? Porque, honestamente, ocupam um espaço fenomenal na mala e, nesse caso, qualquer milímetro é válido.
4. Lavar roupa lá... só na lavanderia?
5. Por que não tem nenhum banco brasileiro em Dublin?
6. Como eu faço pra enviar o dinheiro pro Brasil se não há operações legais disponíveis?
7. Será que eu nunca mais vou usar sandália na vida? (As mulheres me entendem, tenho certeza >> 1º O frio 2º O fato de ter que andar pra cima e pra baixo o dia inteiro).
8. Será que quando voltarmos tudo vai estar muito diferente?
9. Quem vai sempre lembrar da gente e quem vai esquecernos 10 dias depois do embarque? Porque tem muita gente que perde contato e esquece, certo?
10. Com o que será que vamos trabalhar por lá?
11. Por quanto tempo teremos que perambular distribuindo currículos até sermos empregados em algum lugar que valha a pena?
12. Quanto vamos receber por hora?
13. Será que vou conseguir falar inglês o tempo todo?
14. Será que existe algum curso de comunicação que valha?
15. Será que a escola é legal? Ou o curso é como os cursinhos de inglês daqui?
16. Em que bairro vamos morar?
17. Como ficar sem ir no salão pra fazer cabelo e unhas? Vou virar um bichinho feio?
18. O que vai acontecer com meus livros e CDs depois de um ano fora? Aposto que cada um vai estar num canto diferente e não vou conseguir recuperar a metade deles.
19. Será que vamos ver neve?
20. Será que vou engordar?

E a saga continua... as perguntas não páram de invadir as mentes inquietas. Mas é tudo parte do pacote, certo? Espero poder retornar aqui e responder todas elas assim que possível.

Wednesday, February 1

Informações aos viajantes

Apesar de faltarem dois meses para a viagem e da ansiedade crescente, não há novidades para acrescentar aqui. O nervosismo do início já passou e acredito que deva voltar apenas em cima da hora. Provavelmente depois do estalo que colocará tudo em dúvida, despertará a insegurança e a saudade antecipada.
O "Joe" faz muita falta. E como! Mas aos poucos vamos nos acostumando sem esse conforto. Agora falta apenas pagar o restante do valor do curso e esperar que encontrem uma família legal, com a qual passaremos no mínimo duas semanas.

Enquanto as novidades não aparecem, e acredito que vão somente aparecer muito perto do dia do embarque, coloco aqui uma notícia publicada hoje na UOL. É sobre um novo programa que irá abordar temas relacionados aos imigrantes brasileiros. Estou curiosa!

Globo estréia programa para imigrantes brasileiros
A Globo estréia em fevereiro, no canal internacional da emissora, o programa Cidadão Global. A atração tem o objetivo de prestar serviço ao imigrante brasileiro.

Assim, aqueles que estiverem longe das terras tupiniquins terão acesso a boletins, de um minuto cada, com informações sobre renovação de passaporte, pagamento de imposto de renda, transferência do título de eleitor, serviço militar obrigatório, retirada de certidão de nascimento etc.

A apresentação fica por conta da jornalista Patrícia Poeta e a consultoria por André Veras Guimarães, do Ministério das Relações Exteriores. Atualmente, 1,9 milhões de assinantes ao redor do mundo assistem ao canal Globo Internacional.

Fonte: UOL.

Thursday, January 12

O bom e "velho" Joe

Apesar de ainda termos dois meses e meio pela frente, as coisas já começam a mudar agora. É um sentimento bastante estranho, quase que indescritível. Há cinco anos, quando comecei a pensar que deveria deixar o Brasil temporariamente para adquirir experiências em outros lugares, jamais imaginei que fosse passar por momentos assim. Sempre pensei no quanto seria gratificante, maravilhoso e válido sair do país. Só.

Penso nisso ainda. Quase que o tempo todo. A diferença é que agora que temos uma data definida, os sentimentos brigam por espaço. É um atrás do outro. Um bom, um ruim. Esperança e felicidade, com angústia e saudade antecipada. Curiosidade com ansiedade, coragem com medo, coração aliviado por ter finalmente subido o primeiro degrau, com batidas aceleradas por esse mesmo motivo.

Ontem meu pai levou o carro para vender. Meu companheiro de dois anos. O "Joe", como Vitor e eu costumávamos dizer. O celtinha preto, com alguns arranhões, que nos ajudou com passeios divertidos, subiu morros melhor que qualquer 1.6, teve o vidro do carona quebrado, o alarme trocado, o porta-luvas quase não fechando com tanto CD, aquele calor insuportável, as direção dura, o cheiro do ovo que quebraram nele depois de uma noite fora da garagem, a última revisão que custou uma fortuna.

Quem lê deve até achar que sou materialista demais, dramática demais, boba demais. Posso até ser. Mas é o que sinto agora. São tantas mudanças repentinas, que não sei direito como lidar com elas. Questão de costume, provavelmente. Voltar a pedir caronas pra festas, praias, finais de semana. Voltar a ficar mais atenta aos horários dos ônibus, pois uma vez perdidos, não há válvula de escape.

"Vai valer a pena". É o que todos dizem. E disso eu tenho certeza. Mas são coisas das quais você precisa abrir mão para poder realizar um outro sonho. Coisas materiais, coisas pequenas, mas que significaram muito.

Wednesday, January 11

E olha que não é mentira!

Estou com mil coisas passando pela cabeça e não posso deixar de publicar aqui, pra ler daqui a alguns anos, relembrar e rir pra caramba. Mas agora não é hora. Tenho apenas alguns instantes antes de voltar a trabalhar de novo. Por isso, atualizo hoje só para registrar alguns detalhes já definidos sobre a viagem.

Embarque: 1º de abril / 2006 (e olha, não é mentira!)
Passagem aérea: R$ 2.626,00 (ida e volta, Floripa-Guarulhos-Milão-Dublin)
Chegada em Dublin: 14h do dia 2 de abril de 2006
Escola: English in Dublin
Taxa de matrícula: U$S 450,00 (R$ 1080,00 pagos à vista)
Início na escola: 3 de abril, segunda-feira.
Quanto falta: 80 dias.
Sentimentos: todos os possíveis, bons e ruins. Ansiedade, apreensão. Curiosidade, aperto do coração, felicidade, consciência pesada, saudade, coragem, medo, esperança, saudade, saudade, saudade e mais um pouquinho de medo e receio e ansiedade e apreensão. Mas isso tudo eu vou descrever num próximo post, com mais calma.

Thursday, January 5

O resto é risco

Depois de tantas pesquisas em agências, sobre locais, escolas, tarifas e taxas, é hora de tomar outra decisão importante: conseguir a grana. Como? Vendendo o carro. Agora que tá caindo a ficha sobre o número de coisas das quais precisarei me desfazer pra viajar. Aviso prévio no serviço, locação do apartamento, venda do carro, despedida de amigos e família, a incerteza constante.

O que tenho de certo é que quero ir. É o concreto. O resto é risco. De todos os que falei até agora e que estão no exterior, recebi uma única resposta: "vale a pena". Por outro lado, tenho receio de que, quando voltar, corro o risco de permanecer como tantos outros. À procura de emprego, fazendo o que não gosta, ganhando pouco, fazendo bicos, tendo que lutar para conquistar tudo novamente, correndo para ficar a par de tudo o que aconteceu aqui enquanto estávamos fora.
Quero voltar melhor em todos os sentidos. Melhor profissionalmente, melhor no lado pessoal, melhor financeiramente, melhor nos conhecimentos e na maturidade. Quero chegar lá, arrumar um lugar bom pra morar com o Vi, com tranqüilidade, conforto e segurança. Nossa casinha. Iremos morar juntos pela primeira vez. Quero chegar lá e realmente aprender, conhecer, conviver. Quero chegar e encontrar pessoas de boa índole, cursos na minha área, trabalhos que me façam crescer. Quero tudo o que já possuo aqui. Não é estranho?

Estranho, mas diferente. Vou arriscar, vou viver, botar a cara a tapa. Quem passar por aqui enquanto estivermos por lá vai poder acompanhar todos os tombos e conquistas. Espero que, ao menos, sejam proporcionais.

Tuesday, January 3

Regra de Imigração

Para início de conversa...
Quem vai: eu e meu namorado.
Para onde: Dublin / Irlanda.
Quando: Março 2006.
O quê: estudar inglês e trabalhar.
Trajetória: estamos há um ano pesquisando. Primeiro foi Londres. Pesquisamos, pesquisamos, pesquisamos. Várias agências, sites, blogs, contatos, informações, orçamentos. Agora, Dublin. Estamos na fase da pesquisa. De tudo o que já falei anteriormente. Agências, tarifas, vôos, datas, escolas, burocracias.
Nem definimos a data ainda, mas encontrei hoje, na página Global Exchange, algumas informações importantes sobre as regras de imigração vigentes na Irlanda. Para os que pensam em embarcar para qualquer destino irlandês é preciso saber:
A regra é válida desde 18 de abril de 2005 e permite o trabalho de até 20 horas semanais aos estudantes estrangeiros que estiverem matriculados em escolas de inglês durante pelo menos 25 semanas, com carga horária mínima de 15 horas semanais.

Atenção: Essa lei só vale para estudantes matriculados em escolas registradas, que emitem diploma e certificados reconhecidos pelo governo irlandês. Acesse o link
www.dfes.gov.uk/providersregister e confirme aqui se a escola escolhida é reconhecida e aceita pela Imigração.

A seguir, a agência AYUSA InterBrasil de Goiânia, dá dicas de como fazer amatrícula de forma a garantir uma boa estadia na Irlanda e conseqüentemente conseguir permissão de trabalho legal (Work Permit):
1. Confirme que seu passaporte está com validade para uma viagem depelo menos sete meses.
2. Inscreva-se e pague:
(a) curso de inglês de 15 horas por semana com duração mínima de 25 semanas
(b) acomodação em casa de família, providenciado com antecedência pela escola
(c) seguro de saúde particular completo
(d) taxa do exame TIE, um exame reconhecido pelo governo irlandês, que poderá ser feito ao final do curso contratado
(e) reserva de vôo com destino a Irlanda, com tarifa de estudante, válido por um ano.

3. Após efetuar o pagamento do curso, aguarde cerca de duas semanas para receber o comprovante de matrícula. É imprescindível a apresentação da carta de matrícula da escola à Imigração.

4. A carta de confirmação do endereço de acomodação também é indispensável a apresentação à Imigração.
5. Apresentar-se na escola contratada na Irlanda e fazer um teste de inglês para ser colocado numa turma apropriada. Levar uma fotografia de passaporte.
6. No primeiro dia do curso, abrir uma conta bancária e fazer um depósito de 2.000 Euros em um banco irlandês­ para cobrir gastos durante o curso de 25 semanas.
7. Aguardar uma semana para receber o extrato do banco e apresentá-lo à Imigração local, junto com o passaporte. A escola apresentará uma carta de matrícula à Imigração com antecedência.
8. Depois de estar registrado na Imigração da Irlanda como estudante, aqueles que forem cursar no mínimo 25 semanas recebem uma carta da escola, que os torna aptos a requisitarem o número de PPS (Personal Public Service), que dá direto a trabalhar por meio período (até 20 horaspor semana), e tempo integral durante as férias da escola. Portadores de passaportes europeus podem trabalhar sem restrição.
 
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