Wednesday, December 24

Preciso trabalhar em mim

Voltar pra ca' e' encarar novamente meus fantasmas. E' ficar mal-humorada sem motivo, e' pensar em meus atos e tentar analisa'-los, sem necessariamente chegar a uma conclusao plausivel.

Voltar e' estar sujeita a julgamentos, olhares que analisam o futil, conviver com aqueles que preferem a aparencia e a marca da roupa ao inves da personalidade e da inteligencia. Retornar, mesmo que por poucos dias, significa um ate' logo a amizades importantes que la' ficaram e significa, tambem, uma saudade diferente... aquela que parece que nao passa nunca. O medo de me prenderem aqui pra sempre, de um tchau virar um adeus, o receio de me tornar futil e querer entrar numa academia nao por motivos de saude ou por fazer bem a alma, mas pelo que outros pensarao do meu corpo.

Voltar e' aguentar cantadas nojentas daqueles que pensam que o ato e' o melhor que poderiam oferecer a uma mulher. Voltar e' ser diariamente cobrada. E se eu nao trabalhar na minha area? E se eu me endividar com minha casa? E se eu tiver que pedir ajuda, com esse orgulho que tenho desde que me conheco por gente e que nao me deixar dar o braco a torcer? E se comecar a discutir por coisas pequenas, encontrar problemas que nao existem, reclamar apenas para contribuir com a conversa, esquecer todo o ingles que aprimorei durante esse tempo fora, voltar a estaca zero?

Tenho medo de nao acreditar mais em meus sonhos. Temo esse julgamento todo, esses conselhos que nao pedi, esses olhares que analisam aquilo que nao importa, esse pensamento pequeno, de quem nao cresceu, de quem nao teve a oportunidade de ver o mundo com outros olhos. Sem julgar, sem se importar com um peito mais caido, uma barriguinha saliente, uma unha por fazer ha' mais de meses.

Eu nao tenho bunda grande ou silicone. Nao sou alta, muito menos loira. Meu cabelo nao e' liso e nem muito comprido. Nao to nem ai' se minhas unhas do pe' nao seguem um padrao ou se as da mao estao com o esmalte descascado. Quero ir no shopping de chinelo, sim. Quero sair de casa sem pentear meu cabelo, quero ir no cinema sozinha, quero andar a pe' ao inves de pegar um taxi e nao to nem ai' se eu chegar ao meu destino toda suada. Nao sei se farei pos-graduacao, muito menos se trabalharei na area. E se eu quiser trabalhar numa livraria, numa sorveteria, numa choperia... problema e' meu tambem.

Nao, hoje nao farei chapinha, nao comerei churrasco, vou almocar sorvete e jantar vitamina de abacate. Nao responderei scraps se nao quiser e assistirei o mesmo filme pela vigesima vez. Ninguem tem nada com isso. E, se todos tomam cerveja, tomarei vinho ou suco ou caldo de cana. E nem me sinto mal por colocar um desebafo desses aqui.



Preciso trabalhar em mim.





Credito da imagem: Papel de Pao.

Thursday, December 11

Ate o meu cabelo...



Tomara que um dia o cuspe caia bem no meio da minha fuca por esse post. Essa talvez seja a primeira vez que eu queira morder a lingua, desejar nao ter cuspido no prato que comi a vida inteira, cair de bunda no chao depois de ter meu tapete puxado por mim mesma.

Mas, na boa, ate o meu cabelo e' melhor na Irlanda.

Friday, December 5




Sabe, para mim a vida e' um punhado de lantejoulas e purpurina que o vento sopra. Daqui a pouco tudo vai ser passado mesmo - deixa o vento soprar, let it be, fique pelo menos com o gostinho de ter brilhado um pouco...

|Caio Fernando Abreu|

Tuesday, December 2

Ah, coraaagem!

Nao ter culhao pra demonstrar aquele desejo escondido, a curiosidade adormecida e quase deixada pra tras... e' uma bosta.

Nem pensando "a vida e' uma so'".

Porque a gente tem consideracao demais pelos outros. E nao sei ate que ponto isso e' errado.
 
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