Monday, June 29

Onde Ir




Só sei que o mundo vai de lá prá cá
Andando por ali, por acolá
Querendo ver o sol que não chega
Querendo ter alguém que não vem.




'Voce foi um dos presentes que a Irlanda me deu.'


Ontem escutei isso como a despedida de um amigo que fiz em Dublin. Mais um foi embora, mais um retornou, mais um que quer tentar o Brasil com olhos agora amadurecidos e coracao mudado.


Isso me fez perceber o quanto as relacoes sao fortes por aqui. Nao sei se por estarmos todos geograficamente distantes da familia e de amigos de longa data; nao sei se por partilharmos as mesmas aventuras; se pelo amadurecimento ser causado pelos mesmos motivos; se por vivenciarmos as mesmas oportunidades; ou pelo modo como aprendemos a viver sem preconceitos, sem a necessidade do fashion, sem a vulgaridade do verao.


Estou na Irlanda ha' mais de tres anos, mas nao faz muito que precisei me acostumar a dizer adeus a verdadeiros amigos que conquistei aqui desde abril de 2004. No inicio, muitos voltaram. Mas nenhum que fizesse parte do meu circulo social, nenhum que escutou minha lamurias, nenhum que tenha criado a necessidade de um encontro semanal pra uma jogar conversa fora, nenhum que tenha se tornado meu companheiro pra todos os shows, musicais, pecas teatrais, eventos esportivos e festinhas diversas, nenhum que tenha sido meu parceiro de aula e estudado comigo pros exames de Cambridge.


Posso contar nos dedos o numero de pessoas especiais que aqui me abandonaram - ate' que chegue a minha hora de abandonar outros tantos. Foi a Amanda, foi a Dani, foram o Ro e a Re, foram a Debora e o Helio, foi o Hugo.


Como e' forte o laco que criamos com algumas pessoas aqui! A impressao que tenho e' a de que no Brasil precisamos de uma vida inteira pra conhecer grandes amigos. Ninguem confia no outro da noite pro dia, e' dificil sair e se apegar, complicado conhecer e se entregar. Aqui, nao. Aqui somos todos iguais e corremos todos atras. Vivemos, sim, de formas diferentes. As oportunidades que me foram dadas sao diferentes das chances de outros imigrantes. Ainda assim, somos a tripulacao do mesmo barco. Quando o mar ta' bravo, sofremos todos e, juntos, lutamos para que ninguem se prejudique. Os enjoos batem, sim, e nem sempre as opinioes sao as mesmas. Saem faiscas dessas relacoes, assim como criam-se momentos felizes por qualquer motivo, grande ou pequeno.


A gente aqui se apega demais. E isso so' e' errado quando percebemos que talvez o tamanho do nosso proprio pais - e os precos para ir de um lado a outro - seja a unica barreira que vai deixar a saudade ainda maior, senao eterna.







Credito da Imagem.

Friday, June 26

Correeeeeee!

Abandonem seus Nikes! Joguem fora seus Adidas! Livrem-se dos Mizuno e nem pensem em comprar Asics!


Ja' que o papo e' sobre exercicio fisico, resolvi falar um pouco sobre minha atual leitura. Estou nas ultimas paginas e alguns dos meus conceitos reformularam-se radicalmente. "Born to Run" e' um livro sobre corrida.


Pronto. Metade de voces parou de ler depois que eu falei 'corrida'. Vamos ver se eu consigo manter a outra metade :) "Born tu Run" e' um livro sobre a vida dos melhores corredores do mundo, os chamados Tarahumara, que vivem num vilarejo do Mexico. Apesar de correrem por horas inimaginaveis pra alguns de nos, eles nao usam tenis apropriados, nao tem patrocinio e, por incrivel que possa parecer, raramente se machucam.


Ok. Agora que os que nao se interessaram nem pela explicacao mais ampla sairam do blog, acho que posso contar com os remanescentes ate' o final do texto :) Voces sao demais hahaha Mas entao, quero escrever sobre o livro por ter sido um dos poucos que me deixou boquiaberta com os fatos que expoe. A historia comeca com o autor, Christopher McDougall, reclamando de dores causadas pela corrida. Ele e' profissional e escreve pra revistas do ramo e tudo mais. Certo dia, apos ter ido em diversos medicos especialistas que diziam que o problema dele era o esporte escolhido, perguntou-se: "Como e' que agora, com toda a tecnologia e todos os tenis apropriados, os atletas sofrem com dores na coluna, no joelho e nos pes, se antes nao havia nada disso e lesoes do tipo eram praticamente inexistentes?"


Notem que quando eu comecei com a leitura desse livro, havia acabado de comprar um tenis todo tecnologico pra corrida. Mas ta.


"Born to Run" e' tao interessante que da' raiva. Christopher decidiu pesquisar sobre os Tarahumara e, atraves disso, tentar descobrir os motivos de tantas lesoes nos corredores patrocinados pelas melhores fabricantes de tenis do mundo. La', ele descobre que os Tarahumara correm descalcos, que o fazem por prazer e que nao ha' nenhum tipo de competicao entre eles.


Descobre, tambem, que quanto mais bla-bla-bla os tenis possuem, mais a chance de sofrermos algum tipo de lesao devido 'a corrida. E que no Japao, ate' um tempo atras, ninguem sabia o que era cancer. Os indices foram la' em cima quando os japas comecaram a comer de forma americanizada. Christopher tambem revela que ha' comunidades inteiras de corredores pelo mundo que correm descalcos - e, surprise surprise! - raramente se machucam. Ah, e tambem pergunta-se como, no passado bemmm longinquo, os homens conseguiam comer proteina animal sendo que ainda nao haviam armas de caca. Nem lanca, nem nada. Ai' ele explica que esses homens corriam atras dos animais ate' que morressem de cansaco. Depois disso, ficava facil comer carne. E que os seres humanos nao sao apenas diferentes dos animais devido ao tamanho do cerebro, mas tambem por causa do tendao de aquiles e de um nervo na nuca que faz com que a gente consiga correr com a cabeca em equilibrio. Ahhh, e nossas bundas grandes? Tambem para equilibrar o corpo durante a atividade fisica :)


Viram? Nada e' por acaso. De acordo com "Born to Run", realmente evoluimos para correr longas distancias e, para evitar lesoes, devemos faze-lo descalcos. Ta, se isso parece radical demais, escolha entao os tenis com solas mais finas e, se forem velhos, ainda melhor. Pra voces terem uma nocao, tem um capitulo no livro que fala sobre os estudos feitos em maratonistas e os tenis escolhidos por eles. Os que deram preferencia aos calcados mais caros, sofreram mais machucados nos joelhos, na coluna e nos pes do que os que preferiram os tenis que custaram menos de 40 dolares. Eu nao quero revelar tudo, mas preciso explicar o motivo desse paragrafo. Isso tudo e' considerado melhor porque, com os calcados cheios de gel, sola nao-sei-o-que e todos os trecos, a gente corre sem nos preocupar com o impacto em nossos joelhos ou coluna, por exemplo. Entao o segredo e' correr descalco ou com tenis que facam voce estar o maximo em contato com a superficie - o que faz com que os atletas preocupem-se mais com os movimentos e aprendam a correr corretamente, da forma a nao causar nenhum dano 'a saude. Sabiam que os quenianos correm descalcos ate' os 16?


Nao tenho como colocar aqui todos os fatos interessantes que o livro tras. "Born to Run" e' interessante a todos, inclusive aos que preferem o ocio. Serio. A obra e' repleta de pesquisas, informacoes, entrevistas e vivencias excepcionais. Alem de um exemplo aos leitores atletas, e' tambem uma fantastica obra jornalistica.


:)


Tuesday, June 23

Puxando ferro

Eu me cobro muito. Em alguns aspectos e situacoes, talvez a cobranca seja a solucao mais pratica e que oferece os melhores resultados. Em outras, e' simplesmente enervante! Odeio quando me cobram, me colocam na parede, a cada dois minutos me lembram que o dead-line esta' ainda mais proximo - embora eu funcione muito bem sob pressao. Mas a minha cobranca sobre mim mesma vai me deixar maluca qualquer dia desses. Sabe quando a gente transforma uma atividade de lazer em obrigacao diaria? Agora me diz: o que acontece com voce quando a preguica bate e voce se deixa levar pelo tempinho chuvoso e fica em casa ao inves de sair pra academia?


Eu sou inimiga numero dois da preguica. Pior ainda e' a numero UM: gostar de nao fazer nada. Eu abominooo! Fim de semana pra mim so' e' bom quando eu to com a agenda cheia. Consigo ate' ficar um tempo em casa lendo um livro, mas prefiro preencher as horas do dia com atividades do lado de fora e, quando ja' estiver cansada de tanto movimento, ir pra casa, relaxar no banho e apreciar a leitura sobre um assunto interessante ou me perder num filme intrigante. Massss, eu sei que isso e' errado sob um certo ponto de vista. Afinal, o que ha' de errado em curtir o final de semana debaixo do edredon, com um chocolate quente na mao, dormindo o dia inteiro e so' abrindo os olhos pra comer, sem NADA pra fazer? De qualquer forma, ninguem vai me convencer do contrario. Eu tenho formiga na bunda, meu coracao dispara, eu ando de um lado a outro enquanto penso no que poderia levar embora o tedio momentaneo, topo qualquer parada que nao envolva as quatro paredes do flat. Sim, eu sou doente :)


Mas voltando ao assunto... eu nao gosto de me cobrar demais. E estou muito indignada comigo mesma por ter transformado a atividade fisica da academia numa obrigacao diaria. Nao me entendam mal: eu ADORO ir, programar os exercicios da semana, perceber os resultados e suar muito! Quanto mais, melhor. Nada mais relaxante do que tomar um banho depois de ter deixado a roupa pingando de suor e estar com a mente tranquila do tipo "eba, fiz minha boa acao do dia, agora posso continuar com a rotina".


Nesses ultimos dias, porem, a famosa hayfever de uns posts anteriores atacou geral e me deixou num mau-humor terrivel. O que aconteceu? Faltei uns diazinhos na academia. O que aconteceu II? Eu to me sentindo HORRIVEL, horrorosa, PECADORA, querendo fazer tres horas de esteira pra me REDIMIR, a ultima bolacha do pacote calorico da minha vida.


Hahahaha gente, eu sou pessima comigo mesma e precisava vir aqui dividir essa minha mania feia com todos voces, alem de colocar a cara a tapa e esperar que alguem me diga umas boas verdades pra que eu acorde e aproveite a academia de forma saudavel, como um HOBBY, um exercicio que me faz bem, mas que nao e' presenca oberigatoria, nao e' condicao imposta pelo medico do coracao, nem muito menos uma coisa que faz parte do meu trabalho e que exija que eu esteja presente todo santo dia.


Me iluminemmm! So' posso me cobrar assim de novo se algum dia eu decidir me tornar alterofilista. E olhe la'!







Credito da Imagem: Getty Images.

Thursday, June 18

Ah, a inocencia...

Sinto que ontem a ficha comecou a cair. Em outubro irei embora e meu coracao aperta um pouquinho mais toda vez que releio esta frase. Me chamem de drama-queen, de exagerada, de anti-patriota. Me chamem do que for, mas saibam que nao e' nada disso. E' que... criei uma coisa por Dublin que nao se explica direito. Vi aqui um outro mundo. Nao perfeito, nao ha' perfeicao em lugar algum. Ha' sempre uma falha, algo que poderia ser diferente, a falta de alguem que faz a saudade apertar. Mas vivi aqui uma coisa inexplicavel. Sinto paixao tamanha por esse lugar, coisa que jamais senti em localidade alguma. A vontade agora e' de fazer tudo o que ainda nao fiz - ainda que saiba que e' impossivel querer o todo.


Sempre tive medo da mudanca brusca na minha rotina. Meu medo e' esse. Nao e' da saudade, que sentirei pra sempre. E' o medo da readaptacao. Nao quero fazer do meu pais um bicho de sete cabecas. Nao quero transformar o clima quente em temperatura insuportavel, nem o fato da violencia estar presente em receio constante, ate' quando saio pra comprar um pao na padaria da esquina. Tambem nao quero reclamar de salario, sem tocar no assunto da corrupcao. Por um lado, perdi as esperancas em alguns topicos brasileiros. Mas ah, sabe o que eu quero? Unir os dois. Eu seeeei que e' impossivel e sei que a gente nao pode querer tudo. Sabe aquela historia de quando dao a mao, queremos o braco? Eu nao sou assim, mas dessa vez quero tudo. Nao e' errado. Acho.


Quero pra mim, pros meus filhos e pras pessoas queridas, um mundinho perfeito. Gostaria muito que a ideia da perfeicao pra cada um de nos nao fosse apenas um pensamento que visita nossa mente vez ou outra. Gostaria muito poder te oferecer uma casinha na beira da praia, sem alarme e sem tranca na porta. Ah, e uns vizinhos divertidos - mas pacificos e que te deixassem dormir a noite, apos uma tarde regada a canto e violao e conversas variadas. Queria tambem poder criar uma cidade cosmopolita, com opcoes de lazer pra todos os gostos, mas sem a poluicao visual e o barulho todo gerado pelos meios de transporte. Gostaria apenas de ouvir berros de alegria, lagrimas de satisfacao, entradas em salas de emergencia devidas somente ao nascimento de um filho, um neto, a filha de um amigo. E que a gente pudesse se vestir como bem entender, sem a opcao de roupas de marca, status ou julgamentos alheios. Gostaria que os membros da mesma familia sempre jantassem juntos e comentassem o dia que passou, e que as criancas nao fossem tao mimadas, e que nao tivessemos que nos preocupar com o futuro dos nossos filhos devido 'a falta de agua, violencia, corrupcao, saude e educacao.


Por que voce [ainda] nao recicla? Por que nao tenta ver a vida um pouquinho mais colorida? Por que queremos tanto e, ao mesmo tempo, tao pouco? Chega de coisas materiais, da busca por popularidade no colegio, da competicao por notas maiores, da cobranca por um filho perfeito. Que tal irmos mais ao teatro ao inves de gastar o dinheiro com coisas mesquinhas? Que tal apreciarmos as coisas que ja' conquistamos, os show ao ar livre, os livros nas prateleiras?


Apos ter vivido por aqui, vejo o quanto eu dou valor 'as pequenas coisas. Quero carregar isso comigo e nao deixar que o clima que nao considero ideal me deixe nervosa [sim, eu prefiro o inverno!]. Mas que se cuidem os que me olharem de cima a baixo devido 'as roupas que escolhi vestir naquele dia ou o nojento que me cantar na rua. E ai de quem olhar torto porque gastei dinheiro numa atividade que me fez bem ao inves de economizar pro futuro incerto.


Sim, eu quero tudo. E sei que e' pedir muito. Mas ah, da' um desconto. Eu to voltando, mudando a minha rotina e, querendo ou nao, deixando algumas coisas muito valiosas por aqui. Coisas as quais me fizeram feliz, oportunidades que jamais esquecerei e pessoas que tornaram-se mais do que os mais-mais das bandas dai'. Da' um desconto, vai? Ja' ja' eu chego e estou feliz por querer tentar me adaptar novamente em terras brasileiras. Vou com a cabeca erguida e o coracao cheio de esperanca, o corpo cheio de vontade, a mente cheia de ideias. Mas nao espere que eu chegue com o coracao tranquilo.


Como sempre, di-vi-di-da.







Credito da Imagem.

Monday, June 15

Verao = Hayfever

Todo mundo adora o verao em Dublin. E' calor, mas nao insuportavel. Tem sol, mas nao aquele que torra. Tem uma brisa leve, muita gente nos parques e uma enorme procura por sorvetes, revistas e garrafas d'agua, que servem de acompanhantes aos que querem aproveitar ao maximo a raridade de um dia sem nuvens no ceu.


Tenho que dizer, portanto, que tem um contra MUITO grande que essa epoca deliciosa traz com ela: a hayfever, um tipo de rinite alergica.


Eu sei que tenho rinite desde pequena. Fui em medicos, fiz tratamentos e agora mesmo ela so' me incomoda quando estou em meio a muito po', mofo ou coisas guardadas ha' muito tempo. Exceto, e' claro, quando e' verao na Irlanda. A hayfever e' causada pela liberacao do polen das flores e plantas, nos meses mais quentes do ano.


Pensei que seria interessante elaborar um post sobre isso, ja' que e' uma coisa que esta' comigo 24/7 durante os meses de verao irlandes. Apos uma pesquisa basica, aprendi que:

. a hayfever afeta as passagens respiratorias superiores [nariz, garganta, e tambem os olhos], causando nariz entupido, coceira nos olhos, espirros constantes e ate' dores de cabeca.
. os tratamentos incluem comprimidos antiestaminicos, colirios e produtos nasais. Algumas pessoas apostam nos metodos alternativos, como acupuntura e homeopatia.
. pra aliviar um pouco os sintomas, as dicas sao: afaste-se de gramados e parques [allow, ne'? e o que eu faco no verao? fico trancada em casa?] e evite cortar a grama; use oculos escuros; de preferencia ao ar-condicionado 'as janelas abertas.


Durante o meu primeiro ano por aqui, lembro apenas de ter ficado com os olhos cocando demais. Pensei ate' que fosse problema de vista cansada, por trabalhar direto em frente ao computador. Usei um colirio que aliviou um pouco, mas ate' entao nao tinha ideia de que a coceira era um dos sintomas da alergia. Ano passado foi o que mais me incomodei e quando, finalmente, juntei os pontos e percebi que os sintomas eram os mesmo em milhares de pessoas na Irlanda e no Reino Unido. Tentei os comprimidos Clarityn e Zirtek, que dizem auxiliar no combate contra a reacao alergica. Ano passo meu olho cocou muitoooo, meu nariz me incomodou demaissss, e nada resolvia. E' como uma gripe, mas nao e' gripe. Voce ta' normal, seu corpo nao se sente fraco ou cansado, o apetite nao muda. Mas o nariz fica nessa de entupir / escorrer umas trezentas vezes ao dia, e os olhos cocam-cocam-cocam. Cansei de acordar com ambos inchados - tudo devido ao bendito polen!


Sinto cair na real e informar que 2009 NAO e' diferente. Esse ano tenho os sintomas dos anteriores e mais um - a garganta irritada. E' horrivel. Da' raiva, vontade de sair correndo, bater a cabeca na parede, comprar todos os lencos de papel do mercado, e colocar todos os remedios que nao servem pra nada la' no fundo do lixo pra sempre. Alguma sugestao? [pleeeeaaaaase?]







PS: Ka, se nos virmos no sabado, voce vai ter uma breve nocao do que eu to falando. Espirros, nariz assado de tanto que eu passo papel nele, olhos irritados, sede constante e a voz fanha devido ao entupimento das minhas vias respiratorias =D Mas eu sou boazinha, viu?!








Credito da Imagem: Daily Mail.

Thursday, June 11

Foggy feelings



I'm too foggy today,
To know what you're sayin',
Your lips are moving so fast,
And I just keep praying,
For them to slow down,
So I can make some sense,
Of the words that are pouring out,
Of your crooked spout.


Os flashs de memoria nao me deixam em paz ultimamente. Nao me incomodam, mas e' engracado como estao presentes. Talvez pelo fato de, agora, ter oficialmente marcado minha passagem de volta. Sao pensamentos sem nenhuma conexao com o presente, que atiram-se por todos os lados de meu cerebro. Sao pensamentos os quais palavras nao descrevem, e ainda assim tao bobos e sem significado nenhum. Duram pouco, nao evoluem. Sao como fotografias, que a gente ve, a memoria capta e depois a gente relembra que viu.


Nesses ultimos dias vi diversas cenas. Todas brasileiras, todas passadas. Sera' nostalgia?


Vi a Praca XV, na capital catarinense. Vi a Beira-Mar. Vi umas tres casas de praia nas quais passei partes de veroes distintos com minha familia. Vi uma cena do primeiro encontro com quem hoje tornou-se o homem da vida. Vi meu antigo carro, minhas aulas de canto, minha caminhada ate' o Angeloni. Vi o tio do cachorro quente na Unisul, vi o tombo que levei na escada nessa mesma faculdade, vi a filha de uma das melhores professoras que ja' tive ate' entao.


Eu vejo tanto! Sera' saudade? Sera' a forma que o meu psicologico usa pra que eu me acostume com a ideia de voltar? Sera' medo? Sera' nada?


Nao gosto quando nao tenho explicacoes pras coisas que acontecem comigo...


Wednesday, June 10

Agora eu acho tudo!

Me da' uma raiva, mas uma raiva quando eu quero encontrar uma coisa e nao encontro! Quando vi essa reportagem na Superinteressante, nao tive como deixar passar. Em passos simples e, logicamente, interessantes, a revista explica como obter os melhores resultados quando utilizamos o Google.


Agora falta apenas a opcao de colocamors uma imagem e fazer com que o sistema de busca encontre a fonte :) [e eu ja' li que isso logo logo acontece!]
















Fonte: Superinteressante.






PS nada a ver com nada:
Gente, muito obrigada pelos comentarios no ultimo post. Essas coisas realmente mexem com todo mundo...


Monday, June 8

Lembranca tua

Tenho pensado tanto em voce esses dias, vo'! Geralmente e' no trabalho. Geralmente a tarde voce vem e pimba! entra nos meus pensamentos. Nada concreto, nenhum momento especifico. Eu penso em voce e em como voce esta'. Estive no Brasil em dezembro e fui com meu pai visitar o Chico. Foi delicioso viajar de carro com teu filho, conversar sobre coisas que nao conversamos quando tem gente junto, escutar musicas que ambos gostamos e chegar em Imbituba pra ver meu padrinho tomando conta de tudo, como de costume.


Foi engracado quando um dos clientes do bar me reconheceu do Metropolitano. "Ta' vendo esse daqui, Jana? Nos dois costumavamos sentar aqui em frente 'a TV pra te assistir todos os dias quando voce fazia aquele programa", o Chico disse. Quando ele fechou o bar pro almoco, fomos ate' sua casa. Deve ser dificil pra ele continuar por la' depois do que aconteceu. Olhar os moveis, a cozinha, o quarto de voces, os gatos e caes de rua que voce insistia em cuidar, o banheiro.


Lembrei do seu feijao e do bife 'a milanesa. Meu pai sempre gostou, sempre comenta sobre como so' voce sabe fazer comida daquele jeito. "Simples, mas gostosa." Voce fez um filho que tem muito a ver comigo, sabia? Meu pai e eu dividimos opinioes e gostos bem parecidos. Pra musica principalmente. E programas de televisao. E o modo de encarar as coisas tambem.


Nunca me esqueco do dia em que fomos todos te ver pela ultima vez. Minha mae me pegou na rodoviaria de Florianopolis. O pai ja' tinha ido e nos aguardava. Me emocionei com o tanto de gente que foi te ver naquele dia. Tanta gente! Muitos rostos desconhecidos por mim, mas com certeza bastante queridos por voce. Me surpreendi quando fui te dar um tchau e, apos um beijo na testa, meus pais me mostraram que voce segurava aquele potinho breeega de perfume de uns mil anos atras.


Voce sempre me disse que lembrava de mim quando olhava pra ele. De plastico, amarelo embaixo, com a tampinha cor-de-rosa no formato de flor. Voce guardou aquele frasco desde a minha infancia. Lembro de ve-lo sempre na estante do seu quarto, destoando de todo o resto. Uma vez voce me disse que o queria com voce ate' o fim. E voce o levou. Acho que foi meu pai - seu filho mais velho - que o colocou em suas maos sem que ninguem soubesse, ja' no velorio apinhado de gente. E voce, como sempre, se agarrou firmemente ao objeto que deve estar contigo ate' hoje. Um pedacinho meu com voce, que me fez perceber o quanto de voce tenho em mim.


Thursday, June 4

Beyonce

Quatro noites em Dublin, TODAS com ingressos esgotados. A venue do show, O2 Arena, tem capacidade pra 20 mil pessoas. Ontem, com toda certeza, toda essa gente estava la'. Falo do show da Beyonce, que veio 'a Irlanda com a turne I Am..., que tive o privilegio de presenciar na noite de ontem.


Gente, o que foi aquilooooo?! A mulher danca demais, canta demais, interage demais. Pelamordedeussss! Confesso que no inicio fiquei um pouco mal-humorada pelo atraso de quase duas horas. Os portoes abriram as 6:30pm, conseguimos [Hugo e eu] entrar pelas 7pm. Ficamos na geral, standing, num lugar super bom - nao fosse a folgada, alta e portadora de varias calorias a mais que se achava pequena e com todo o direito de querer ficar na frente dos meus 1.58m. Por favor, hein?! Nao vem com esse empurra-empurra que voce acha que e' discreto pra ver se eu saio do MEU lugar pra que voce fiquei com esse cabecao na minha frente o tempo inteiro e esfregando a bunda tamanho GG na minha barriga! Me irritei horrores ali, mas nao queria abandonar o posto conquistado com ardor apos enfrentar fila e sentir frio do lado de fora. Ta', nao foi como 'ahhhh, cheguei 20 horas antes do show, acampei do lado de fora e fiz greve de fome pra ser a primeira a entrar'. Simplesmente aconteceu, gente. Chegamos na O2 um pouco antes dos portoes abrirem, ficamos na fila que ja' estava formada e tivemos a sorte de chegar antes das milhares de outras pessoas que estavam na geral tambem. Pronto, deu.


Entao, alem da folgada, tava calor, tava apertado [pros padroes daqui], eu tava cansada de ficar em pe' e o show ainda atrasa horrores. Tudo bem que entrou uma fulana no palco um pouco depois das 8pm, cantou umas quatro musicas, vazou. Depois das 9pm, entrou uma outra fulana, cantou, berrou 'who wants to see Beyonce?' um milhao de vezes, fez o povo berrar milhares de vezes, deu a impressao de que a Beyonce finalmente entraria, vazou. A super-diva entrou eram quase 10pm, e eu bufando. O papo em portugues entre Hugo e eu era mais ou menos o seguinte:








- Mas que b*sta esse atraso todo, to cansada.
- Pois e', eu tambem... trabalhei o dia inteiro em pe'.
- E', meu pe' ta doendo e essa anta aqui ta' me enchendo a paciencia.
- Falta de respeito esse atraso.
- E', ne'?




[Acho que o papo teria sido mais dinamico caso estivessemos bebendo algo alcoolico]











De qualquer forma, toda essa coisa ranzinza dentro de mim desapareceu assim que a mulher decidiu entrar. Deus do ceuuuu, o que era aquiloooo? Eu nunca fui muito fa e confesso que esse show foi um daqueles assim: 'Ah, acho que vai ser melhor que o da Britney. Vamos? Vamos!' Me surpreendi, tornei-me fa [vou pesquisar toda a vida dela e ir atras de todos os CDs e singles caso eu tenha um tempinho hoje a tarde! :p], passei boa parte da manha de hoje tentando achar ingressos de ultima hora pro show dessa noite [o ultimo em Dublin ate' novembro] - mas nao consegui, por estarem esgotados ha' seculos. Mas eu querooo!


Ela danca muitooo, canta muitoooo, e' super simples, linda, popozuda, troca de roupa em segundos e da' um show - literalmente! Sai' de la' duas horas mais tarde, realizada e querendo mais mais e mais. Na boa? Caso voces tenham a oportunidade de ir num show dela, nao importa onde, quando, quanto, como ou com quem... NEM PAREM PRA PENSAR!


Altos:
. Beyonce cantando Ave-Maria vestida de noiva. Que voz mais lindaaa!
. Emendando uma musica da Alanis [You Oughta Know] em meio a uma dela.
. Performances de If I Were a Boy, Hello, All the Single Ladies, Ave Maria, Halo.
. o telao mostrando os diversos videos do YouTube de pessoas felizes dancando All The Single Ladies.
. a banda INTEIRAMENTE feminina dela!
. as coreografias e o jeito que ela danca TUDO, com gosto, com vontade, como se fosse a coisa que ela mais amasse na vida [talvez seja, after all].
. o telao mostrando ela com cinco anos de idade, ja' cantando e dancando em casa.
. ela se ajoelhando no final do show, em frente a um fa que estava de aniversario, e cantando Happy Birthday to You olhando nos olhos dele. O cara quase morreu no dia do aniversario dele, juro!


Baixos:
. o super atraso [que eu ja' esqueci!]
. a tamanho GG [que eu quase esqueci]


Tuesday, June 2

Quer carona?

Mais uma dica de site legal. Esse, infelizmente, e' mais restrito... somente pro povo que mora na Irlanda*.


O Tripmi chegou com o objetivo de diminuir o carbon footprint, auxiliar os que nao possuem um meio de transporte proprio e, claro, economizar na gasolina. Em tempos de crise, cada centavo conta e a iniciativa dos criadores desse site ja' saiu em alguns jornais por aqui.


Funciona da seguinte forma:

1. Voce entra no site e se cadastra.
E' tipo um Orkut. Voce pode colocar sua foto no perfil, meios de contato, informacoes diversas e aquele bla-bla-bla todo. Tem tambem como ver o perfil de outros membros, criar e participar de comunidades, etc.


2. Voce insere a informacao de onde voce esta' e pra onde deseja ir.


3. Com isso, voce ve quem esta' e vai aos mesmos lugares que voce.
Ha' dois grandes grupos no Tripmi. Os que tem carro e querem dar carona - fazer uma boa acao, dividir os gastos de gasolina com algum caroneiro, conhecer pessoas diferentes, diminuir a camada de ozonio -, e os que procuram transporte - estao cansados de andar a pe', pegar onibus lotado, segurar guarda-chuva, e tambem querem auxiliar com a diminuicao da tal camada e conversar papos muito doidos com pessoas que nunca viu na vida.


Pronto! :)


O interessante e' que eles mantem um historico do quanto voce auxiliou o meio-ambiente nessa historia de colocar mais um dentro do seu carro ao inves de dirigir pro trabalho sozinho todos os dias. Logicamente que, se a ideia pega, o transito tambem diminui \o/


Adoooo-ro!




*Nao pesquisei, mas de repente tenham sites similares pra pessoas que moram em outros lugares tambem ;)

 
design by suckmylolly.com