Gente, eu tenho problemas. Problemas sérios. Coloquei meus pés de volta na terrinha há quatro dias. Todo mundo que retorna, ainda mais depois de alguns anos fora, gosta de ficar de férias e curtir a família antes de se empolgar pra conseguir um emprego e encarar a vida (sur)real.
Eu não.
Como disse: problemática. Algo não bate bem, faltou preguiça quando meus pais me fabricaram, ou sobrou agitação e ansiedade. Não sei bem, mas algo tem de muito estranho comigo. No meu segundo dia ainda estava imaginando se isso tudo é mesmo real, se eu viajei mesmo da Irlanda pra cá, se meu vôo atrasou em Guarulhos, se fiz mesmo a surpresa pros meus pais. No terceiro dia em terras brasileiras, já estava procurando o que fazer.
Por onde começar? Com quem falar? Quais os contatos quentes do jornalismo florianopolitano? Meu currículo tá legal? Será que envio tudo isso por email ou arrisco os correios?
E a greve dos bancos, minha gente? Me desacostumei com isso tudo. E o preço de uma meia-calça? Quase caí pra trás quando a atendente cobrou mais de DEZESSETE reais da minha irmã por uma meia-calça simplona, cor-da-pele, nada-demais.
Fui presenteada com um tempinho nublado, muito obrigada! Nem precisa me conhecer muito pra saber que o calor não me agrada. Hoje já fui meio grossa com minha mãe por ela ter me feito uma pergunta e ter me interrompido enquanto eu respondia a mesma. Hoje já vi meus pais e minha irmã discutirem por coisas simples. E também me irritei com uns trejeitos de alguém.
Aqui tá tudo mesmo igual. Após três anos e meio... tudo igual. Umas rugas a mais em alguns, uns fios de cabelo branco em outros, umas barriguinhas salientes, algumas amigas grávidas, outras na mesma, outras das quais não me lembro mais o nome. Mas igual.
Fiquei, portanto, com um sentimento estranho em relação a um recomeço. E todas aquelas perguntas começaram a me assombrar novamente. Como vai ser? E o emprego? O salário? Meu relacionamento com meus pais, com os pais do Vi, com meus amigos. E as novas amizades? Minhas dívidas? Um carro?
Esse sentimento estranho que me faz escutar cada música e prestar atenção na letra e me emocionar talvez sem motivo. Será o Brasil mais dramático? Quais os motivos por me sentir dessa maneira? Serão os sentimentos ainda à flor da pele? Vai passar? Será saudade? Será alegria por estar rodeada de pessoas que me amam e querem bem? Será nostalgia? Será decepção, tristeza, incompreensão?
O que será, afinal? Será o Português que me deixa assim, sem saber me expressar direito? Não sei bem. Espero logo vir e ter respostas para todos os questionamentos, mesmo os mais bobos.
A vontade de chorar é constante. Se por alegria ou preocupação, não sei. Benditas letras das músicas que dizem exatamente o que sentimos, e benditas as melodias que nos tocam lá no fundo.
Crédito da Imagem.
Eu não.
Como disse: problemática. Algo não bate bem, faltou preguiça quando meus pais me fabricaram, ou sobrou agitação e ansiedade. Não sei bem, mas algo tem de muito estranho comigo. No meu segundo dia ainda estava imaginando se isso tudo é mesmo real, se eu viajei mesmo da Irlanda pra cá, se meu vôo atrasou em Guarulhos, se fiz mesmo a surpresa pros meus pais. No terceiro dia em terras brasileiras, já estava procurando o que fazer.
Por onde começar? Com quem falar? Quais os contatos quentes do jornalismo florianopolitano? Meu currículo tá legal? Será que envio tudo isso por email ou arrisco os correios?
E a greve dos bancos, minha gente? Me desacostumei com isso tudo. E o preço de uma meia-calça? Quase caí pra trás quando a atendente cobrou mais de DEZESSETE reais da minha irmã por uma meia-calça simplona, cor-da-pele, nada-demais.
Fui presenteada com um tempinho nublado, muito obrigada! Nem precisa me conhecer muito pra saber que o calor não me agrada. Hoje já fui meio grossa com minha mãe por ela ter me feito uma pergunta e ter me interrompido enquanto eu respondia a mesma. Hoje já vi meus pais e minha irmã discutirem por coisas simples. E também me irritei com uns trejeitos de alguém.
Aqui tá tudo mesmo igual. Após três anos e meio... tudo igual. Umas rugas a mais em alguns, uns fios de cabelo branco em outros, umas barriguinhas salientes, algumas amigas grávidas, outras na mesma, outras das quais não me lembro mais o nome. Mas igual.
Fiquei, portanto, com um sentimento estranho em relação a um recomeço. E todas aquelas perguntas começaram a me assombrar novamente. Como vai ser? E o emprego? O salário? Meu relacionamento com meus pais, com os pais do Vi, com meus amigos. E as novas amizades? Minhas dívidas? Um carro?
Esse sentimento estranho que me faz escutar cada música e prestar atenção na letra e me emocionar talvez sem motivo. Será o Brasil mais dramático? Quais os motivos por me sentir dessa maneira? Serão os sentimentos ainda à flor da pele? Vai passar? Será saudade? Será alegria por estar rodeada de pessoas que me amam e querem bem? Será nostalgia? Será decepção, tristeza, incompreensão?
O que será, afinal? Será o Português que me deixa assim, sem saber me expressar direito? Não sei bem. Espero logo vir e ter respostas para todos os questionamentos, mesmo os mais bobos.
A vontade de chorar é constante. Se por alegria ou preocupação, não sei. Benditas letras das músicas que dizem exatamente o que sentimos, e benditas as melodias que nos tocam lá no fundo.
Crédito da Imagem.
13 comments:
jana querida, bem vinda de volta.
o diabo nem é tão feio quanto parece, é só uma questão de tempo...
beijo e volte sempre lá no meu cantinho.
Alguém aqui falou 'problemas sérios'?!
Jana, vamos formar uma Associação Atlética, menina!
o/\o
Também tenho essas sensações e compreendo seu *gás*.
Você chegou com pique total, pronta para encarar as mudanças e manter o ritmo... só que nem sempre as mudanças são *as mudanças*. Tudo permanece tão igual e a gente se frustra um pouco aqui, se espanta acolá e tenta abstrair certas coisas para não parecer pedante, previsível, arrogante, bem resolvida ou seja lá como queiram classificar.
Cada um, cada um.
(Se você pouco se importa com o que pensam ou vão pensar, welcome to the club).
Definitivamente algo mudou em você. Ótimo! Mas quando você pensou na extensão disso tudo e viu que determinadas coisas permanecem da mesma forma... vem a ansiedade.
Bem ou mal, respire fundo e comece por onde achar melhor: o que faz você se sentir bem. :)
Sem pressa, Jana.
Beijoooooooo
ahaha menina seja bem vinda ao seu retorno....
olha o mar que td passa....
xeroo flor!!
Amiga do peito!!!
Imagino o que está sentindo e sei que vai passar, VAI PASSAR!!!
Fica calma, as coisas acontecem na hora certa!
Bjo grande!
Eu saberia o que fazer, não...
Jana, menina!
Bem vinda de volta!*____*
Isso deve ser a fase de (re) adaptação. Nunca senti isso, talvez sinta em dezembro, quando voltar pra casa, mas sei lá, posso sentir sua angústia. ;D
Relaxa que logo logo tudo fica 'estável'.
E assim, sou tão 'problemática' quanto você. hoho
Muita paz pra vc!
Beijão! ;D
Olha só, quem está de volta!
Animada e cheia de energia pra começar tudo de novo. É isso aí!
Bem vinda de volta ao Brasil!
Acho que é assim mesmo, não? Adaptar-se novamente ao convívio familiar, à rotina diferente, ao clima diferente. Leva um tempinho pra voltar tudo pro lugar e vc se sentir novamente em casa.
Mas a tendência é melhorar, viu?
Beijo grande!
quer um conselho?
VOLTAAAAAA!
se eu fosse vc, eu voltava!
Brasil, o país consolação.
imagino que vc já deva estar homesick ao contário...
p.s.: mas, de qualquer forma, bem vinda novamente.
familia é assim mesmo, longe é só saudades mas perto demais da vontade de sair correndo e arrancando os cabelos...
Boa sorte Rosa
Acho que colocaram a tua preguiça toda em mim. Que droga!
E a meia tá cara mesmo...comprei uma cordapelebroxante ontem por 16,00 tb. O dó!
Adorei isso aqui!
Penso comigo que a pior parte de se fazer um intercâmbio ou morar um tempo fora é voltar. Deve ser difícil pra caramba. Mas faz parte da experiência.
Bem vinda de volta.
beijos
Fica calma Nina, é a fase de readaptação. É chatinha, mas vc passa por ela ;)
Torço por vc ;)
Beijo!
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