Wednesday, August 16

Marian Keyes

Entrevista com Marian Keyes
16/08/2006 - Dublin

Devo ter interrompido o seu processo criativo, ja que voce geralmente escreve das 8h as 15h e sao exatamente 11h30 agora.
Tudo bem, nao estou muito criativa hoje.

Voce algum dia imaginou que seus livros fossem fazer tanto sucesso?
Nao, nunca. Comecei a escreveu meu primeiro livro, Melancia, por acaso e agora ja sao nove no total.

E' incrivel como voce teve suas obras traduzidas para mais de 30 idiomas diferentes, sendo que o Ingles por si so' ja' abrange boa parte do mundo. Melancia, Ferias, Sushi e Casorio foram lancados no Brasil e os leitores nao comentam sobre outras coisas.
Fico extremamente feliz e realizada por saber disso. E' por isso que escrevo com tanta dedicacao e carinho.

Os leitores vivem questionando sobre um livro que conte a historia da Helen, a cacula das irmas. Ele esta' a caminho?
O pessoal adora a Helen, nao e' mesmo? Muitas vezes me pego pensando em como seria a forma ideal de escrever sobre ela e a responsabilidade e' tao grande que tenho medo de iniciar a historia e nao conseguir manter a essencia da personagem. Vou fazer um esforco enorme, mas talvez Helen devesse permanecer apenas como uma personagem de apoio. Nao quero que ela perca a personalidade forte.

Tem algum de seus livros que voce considera preferido?
Isso e' impossivel. Escrevi todos eles e e' claro que percebo meu amadurecimento na escrita a cada nova obra, mas nao tenho como destacar um. Assim como nao tenho um autor predileto. Gosto de muitos e cada um tem seu estilo e suas peculiaridades.

Com tantos livros vendidos como best-sellers em diversas regioes mundiais, o que voce diria as pessoas sobre a importancia da leitura? Voce acha que contribui para o aumento dessa porcentagem de pessoas que cultivaram o gosto por ler?
Nossa, ler e' tao importante. Eu mesma nao consigo sair de casa sem um livro na bolsa. Quando voce tem um livro bom, voce nao esta' sozinho. Leio onde for, seja em casa ou na fila do banco ou do supermercado.

Aqui e' um pouco diferente do Brasil pelo fato de termos disponiveis bons livros por precos baixos. As pessoas leem muito e o tempo todo: dentro do onibus, do trem, nas ruas...
Realmente os precos acessiveis e tambem o facil acesso aos livros contribui para uma leitura mais constante a assidua. Mas independente do lugar, seja aqui ou em qualquer outro continente, ler e' essencial. Talvez voces nao tenham livros muito baratos, mas existem bibliotecas, livros usados e ate' mesmo revistas e jornais. Tudo e' leitura, basta deixar a preguica de lado e cultivar esse interesse pelas palavras.


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Depois de um tempo quem comecou com as perguntas foi a propria Marian Keyes. "Quanto tempo voce esta' em Dublin?" "Por que veio parar por aqui?" "O que acha da cidade?". A entrevista na integra estara' na edicao de outubro da Revista Real.

Marian Keyes nasceu na cidade de Limerick (Irlanda), em 1963. Passou os 20-e-poucos em Londres, tornou-se alcoolatra aos 30 pela pressao (e infelicidade) do trabalho numa agencia de contabilidade apesar de ser formada em Direito, passou alguns meses num centro de recuperacao e voltou a Irlanda depois desse processo. Trouxe com ela o marido, Tony, que trabalha como seu empresario atualmente. Ambos moram em Dublin, tem um New Beetle verde-limao (encomendado pela autora, apos ter tentado um roxo ou cor-de-rosa). Alem dos nove livros publicados, Marian Keyes escreve colunas mensais para revistas femininas, nao gosta do fato de chamarem sua literatura de "Chick-Lit" e faz trabalhos voluntarios para organizacoes como Amnesty e Concern.
 
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