Wednesday, April 29

Friends of the Elderly

Friends of the Elderly e' uma organizacao voltada aos idosos. Alem do planejamento de jantares, bailes e carteados voltados à terceira idade, a instituicao tambem vai em busca de voluntarios para ajudar, tanto nos eventos, como para visitar os velhinhos e conversar.


Para fazer parte, basta preencher um cadastro via Internet, aguardar a ligacao de um dos responsaveis, ir ate' la' para participar de uma entrevista [afinal de contas, eles querem ter certeza de que voce e' uma boa pessoa, tem referencias positivas e fez seu cadastro pelos motivos corretos] e aguardar ate' que te informem que ha' um idoso na sua area que precisa de companhia. A unica coisa que eles pedem, e' que voce se comprometa a visita-los ao menos uma vez por semana, num periodo minimo de um ano.


Foi assim que conheci Una Ryan, com seus 80-e-poucos, na Mollyneux Nursing Home. Ela sofreu uma complicacao e foi parar no hospital no final do ano passado. Apos algumas semanas internadas, os filhos chegaram a conclusao que seria inviavel manda-la de volta pra casa e a colocaram num asilo. Ela morava sozinha num bairro de Dublin chamado Blackrock. Ela nao gosta de la', embora todos os que la' estao hospedados, tenham direito 'a massagens, fisioterapia, manicure e cabelereiros uma vez na semana. Ela quer voltar pra Blackrock e ser independente. Mas Una nao anda direito. Precisa da ajuda do andador. Ela e' insegura, ja' foi depressiva, tem um olho de vidro, mas o outro funciona normalmente. Recem trocou a dentadura de baixo, tem tres filhos - um deles mora na Australia e tem mulher e filhos por la'. A outra filha acabou de comprar um apartamento e aproveitou para tirar a geladeira da casa da mae, que continua vazia. Una nao quer alugar a casa. Ela quer voltar pra la', mas sabe que os filhos tem medo. Una mantem a esperanca. Agora, com o tempo melhor, uma vez por semana uam enfermeira sai com ela pra uma volta na rua, sob o sol. Ela adora. Mesmo se isso significa apena descer e subir os oito degraus na entrada do asilo, com a ajuda do corrimao. Una ainda tem diversos fios de cabelo pretos. E eu, aos 25, ja' encontrei alguns brancos. Ela le um monte e agradece por gostar, "pois isso e' o que faco o dia inteiro". Una quase nao come, ela acha que almocar ao meio-dia e' cedo demais e que jantar as 16h tambem e' cedo demais. Ela prefere cafe' preto, mas nao muito quente. Una tinha um marido, que ja' faleceu, e nao entra muito no assunto. Ela faz aniversario no mesmo dia da Rainha Elizabeth, 21 de abril. Ela tem um filho que, me parece, e' o mais carinhoso dos tres. O da Australia dava noticias sempre. Agora, nao mais. Una adora viajar, embora agora ja' espante a vontade, pois sente que nao podera' mais. Una e' lucida e lembra de tudo. Ela sempre recebe meu beijo na bochecha quando digo tchau. Una senta numa cadeira proxima 'a janela - e que sera' considerada dela ate' o dia em que ela sair de la'. Ela deve ter milhares de historias as quais ainda nao sei. Una gosta de livros de crime e suspense.


E' dificil as vezes conversar com ela, pela simples diferenca de geracoes. Ela nao e' da epoca da maquina digital, do computador, da Internet... esses dias comentei sobre o aparelho de DVD, mas ela mudou de assunto. Ela nao gosta da televisao na sala comum. "O som e' ruim, assim como as noticias que eles trazem." Una tem uma colega, tambem no asilo, que se chama Connie. A Connie e' uma graca.


Una geralmente me ve 'as quintas-feiras. Seu sorriso, quando chego, e' minha maior recompensa.




www.friendsoftheelderly.ie

Monday, April 27

Cork Street

Eu nao gosto quando falam mal de Dublin. Gosto daqui. Me identifiquei muito, com coisas diversas, desde o primeiro contato, ha' mais de tres anos.


Mas Dublin nao e' perfeita. E' como qualquer lugar. Tem gente pedindo dinheiro na rua, tem gente besta, tem gente milionaria, tem um pouco de desigualdade social, tem problemas no transporte publico, tem problemas de seguranca e, o que mais me deixa revoltada: Dublin tambem tem problemas relacionados 'a violencia. Aqui tem de tudo, e o trafico de drogas de uns anos pra ca' piora a situacao a cada dia. Tem gente que se faz de vitima, tem imigrantes ilegais, tem gente que nao sabe o que ta fazendo, tem assalto, tem estupro, tem vandalismo.


Vou dar um exemplo de coisas que aconteceram comigo nesses tres anos aqui. Mas nem isso me faz "desgostar" da cidade. Tem uma area, mais conhecida como Dublin 8 - que nao e' flor que se cheire. Tem, na verdade, varias areas que eu nao recomendaria uma visita. Falarei, portanto, de Dublin 8 por ja' ter morado la' durante alguns meses. Foi assim que saimos [Vitor e eu] da casa de familia. Pouco mais de duas semanas apos mudarmos pra ca', tivemos que encontrar uma casa pra nos e, nao conhecendo a cidade como conhecemos hoje, encontramos um apartamento que muito agradou, numa rua chamada Cork.


O apartamento era perfeito. Novo, ninguem tinha morado la antes. Com uma suite, mais um banheiro, dois quartos, duas varandas, bla bla bla. [isso aqui ta parecendo anuncio de classificados!]. A localizacao, porem, uma historia completamente diferente. Dublin 8 tem muitos predios subsidiados pelo governo. Consequentemente, muitas pessoas "problematicas" morando por la. Nao vou contar a historia da regiao, mas enquanto moravamos la na Cork Street, vimos / passamos pelas seguintes situacoes:


. colocarem fogo num carro do outro lado da rua
. jogarem baloes d'agua nos transeuntes
. ovos quebrados pelo chao
. o vizinho da casa de repouso ao lado ser assassinado [nao vimos, mas soubemos]
. fomos assaltados num domingo de manha [o cara, drogado, devia ter uns 7 anos a menos que eu... pegou meu porta-moeda, abriu, pegou o dinheiro - pouco! -, me devolveu o porta-moedas e minha chave, que tava la' dentro].
. o Vi teve a bike dele roubada
. o cara que morava no apartamento de baixo, acreditamos, era traficante. Acordamos certa madrugada com a policia batendo na porta dele [apos algumas noites escutando "clientes" batendo na janela do cara, em busca dos "itens" de consumo].
. toda vez que eu descia do onibus, na porta do predio, o motorista dizia "Va' com cuidado agora" [nao, nao era so' por dizer...]


Isso tudo num periodo de mais ou menos sete meses.


Caso alguns ainda sejam corajosos de virem pra Dublin com essa crise toda [gente, ta' serio o negocio. Se vierem em busca de emprego, esquecam!], eu diria: evitem Dublin 8. Muitos brasileiros moram por la'. Aluguel talvez um pouco mais em conta se comparado com outras areas, e predios recem-construidos - muito diferentes das construcoes antigas espalhadas pela cidade; mas eu diria que nao vale a pena. Principalmente se voce e' mulher, se vem sozinha, e se vai e volta caminhando dos lugares que frequenta. Ninguem merece essa tensao 24/7.


Ei, mas nao quero que usem esse post contra mim. Ou contra Dublin!





Credito da imagem.

Friday, April 17

Momento preguica


Acho que ta' na hora de postar sobre filmes, musica e livros :)

Filmes
Fazia tempo que nao assistia a filmes tao marcantes e que tem grandes chances de empurrar meus atuais favoritos para posicoes secundarias. Inicios de ano sao recheados de producoes que tiveram indicacoes ao Oscar e, dos que vi ate entao, nenhum desapontou. Caso voces nao tenham muitos planos para o feriado de Tiradentes, aqui vao alguns nomes que me impressionaram.

. Seven Pounds [Sete Vidas]
. Burn After Reading [Queime Depois de Ler]
. The Reader [O Leitor]
. Wanted [O Procurado]
. Australia
. Milk
. Slumdog Millionaire [Quem Quer Ser um Milionario]
. Meu Nome Nao E' Johnny

Okay, me explicarei...

Seven Pounds e' um drama com o Will Smith. As criticas aqui nao foram das melhores, mas havia tempos que nao assistia a algo tao tocante e marcante. Roteiro inteligente, cenas de partir o coracao e aqueles pensamentos que ficam com a gente mesmo depois de os creditos terem rolado. Lindo!


Burn After Reading tem um elenco manjado. Brad Pitt e George Clooney juntos talvez pela milesima vez. Esperem satiras e humor negro. O filme e' uma loucura. O amante da outra que conhece aquele, que trabalha com aquela, que saia com fulana, que e' amiga de cicrana. Sabe? Talvez o final deixe algumas pessoas com aquela impressao de "como assim, ja acabou?" ; mesmo assim, vale a pena alugar e refletir sobre as coisas que a gente trama na vida. Toques comicos e inteligentes, um pouco de preocupacao com o corpo, amor nao correspondido e muito adulterio.



The Reader. Com Kate Winslet e Ralph Fiennes, juro que tava esperando uma coisa meio Titanic desse filme, mas gostei muito. Eu nao vou falar demais, pra nao estragar a surpresa. Um drama de 2008, ingles / alemao, dirigido por Stephen Daldry e baseado no romance Der Vorleser, de Bernhard Schlink. De acordo com o Wikipedia, foi a ultima producao de Anthony Minghella e Sydney Pollack, ambos tendo falecido antes da estreia do longa. Kate conquistou o Oscar, o BAFTA, o Globo de Ouro e o SAG de 2009 por The Reader. Aluguem :)



Ok, Wanted. Nao e' meu tipo de filme. E' com a Angelina Jolie. E' acao, ficcao, briga, coisas impossiveis acontecendo todo o tempo. Mas as vezes a gente precisa de uma mudanca radical nas nossas preferencias e esse foi um que me tirou da rotina, me jogou contra a parede e me divertiu durante suas quase duas horas de duracao.



Australia foi outro que nao agradou muito aos criticos daqui, mas que me fez segurar as lagrimas. Um roteiro meio manjado. Historia de amor, guerra, relacoes impossiveis, aquilo tudo que estamos acostumados a ver. Mas lindo e com base numa historia real. Eu quero adotar uma crianca.



Slumdog Millionaire virou febre por aqui, talvez por ser uma producao britanica. Eu assisti por isso e achei muito criativo, triste, inteligente. Nao me impressionou como pensei que iria. Talvez pelo fato de ter criado a bendita expectativa, diante de tudo o que estava na midia sobre o filme. Lancado em 2008, Slumdog Millionaire foi baseado no livro Q and A, de Vikas Swarup. Vencedor de oito Oscars, sete BAFTA's e quatro Globos de Ouro.


Milk foi com certeza um dos melhores dos ultimos tempos. O que e' o Sean Penn, minha gente? Esse cara fazendo papel de gay e' a melhor coisa do mundo. Nao sei se ele ganhou algum Oscar por esse papel - sim, estou bem por fora de algumas coisas - mas se nao ganhou, deveria. Nao vou nem considerar os outros concorrentes. Baseado numa historia real, Milk conta a trajetoria de um revolucionario gay [Harvey Milk] que lutou pelos direitos dos GLBTS nos Estados Unidos. Ele foi o primeiro homossexual declarado a ser eleito para um cargo publico na California. Gente... serio. Parem de ler agora e saiam pra alugar esse filme.




Seria meio injusto nao comentar sobre Meu Nome Nao E' Johnny, embora eu tenha achado meio manjado. O filme conta a historia veridica de Joao Guilherme Estrella, um traficante da Zona Norte do Rio. Foi baseado num livro de Guilherme Fiuza. Com Selton Mello e Cleo Pries. Previsivel, mas uma boa diversao pra um domingo chuvoso.


Musica
Tenho escutado muito radio por aqui ultimamente e uma das minhas estacoes preferidas e' a Spin 103.8. Nao falo em materia de jornalismo, mas em materia de musicas do momento, promocoes e situacoes engracadissimas durante alguns dos programas. Dentre as cancoes mais tocadas em radios irlandesas nesses tempos, estao:

Jai Ho [Pussycat Dolls]
Love, Sexy, Magic [Ciara Ft. Justin Timberlake]
If You Seek Amy [Britney Spears] - essa gerou polemica!
Just Can't Get Enough [The Saturdays]
Poker Face [Lady GaGa]
The Fear [Lily Allen] - a Lily e' uma fofa! As musicas da Lily tambem :)
Halo [Beyonce]
Hot & Cold [Katy Perry]
Don't Upset the Rhythm [The Noisettes]
Welcome to Heartbreak [Kanye West]



Livros
Confesso que nao tenho muitas novidades em relacao a livros. Nao por nao estar lendo, mas por estar quase no fim de uma serie se livros que impressionou o mundo inteiro alguns anos atras, mas que eu consegui seguir somente agora e que nao consigo largar. Simmm, todos os sintomas que voces, seres normais, sentiram antes, estou sentindo neste exato momento. Simmm, estou no ultimo livro da Harry Potter series e nao consigo largar. Cada um melhor que o anterior, mais tragico, mais sofrido, mais interessante, mais viciante. Ainda hoje li que o novo filme sai em Julho.


Ai...




Thursday, April 16

Bo

O meu blog e' baguncado demais, eu sei. E' porque, gente, eu sou ansiosa. Eu quero fazer tudo ao mesmo tempo. Eu quero ser jornalista, artista, cantora, dubladora, musica, voluntaria, mae, filha, estudante, professora, destranbelhada e resposavel - ao mesmo tempo! O blog sofre com isso, e' fato. Fica claro, aqui, como quero colocar tudo num lugar so'. E isso nem sempre e' a melhor forma de organizar as coisas.

Eu juro que tento me focar NUM assunto e deixar os secundarios para talvez um outro espaco. Mas nao consigo. Admiro essas pessoas que, por exemplo, tem um blog sobre a vida em Dublin e realmente escrevem coisas sobre Dublin, a vida em Dublin, a recessao em Dublin, o povo de Dublin, a cultura de Dublin.

No meu caso, que quer ter um blog sobre a vida em Dublin e nao consegue manter o foco, a coisa vai mais ou menos assim: meu trabalho em Dublin, minha viagem pra Alemanha, meus dilemas no Brasil, a cultura numa outra parte do mundo, meus objetivos gerais, os fantasmas da minha vida, ah - a recessao em Dublin, um bla-bla-bla sem sentido, o Obama, o Osama, minha vontade de conhecer mais da Irlanda, os espanhois, o zoologico, as divagacoes sobre a vida, a injustica do mundo, um musical em Dublin, e... ai... sobre que e' o blog mesmo?

Acho que, com essa bagunca toda, e' sobre a minha desorganizacao geral. Um blog sobre tudo, sobre todos, com divagacoes, reclamacoes, inspiracoes, suspiros, almejos e desejos - que tem ou nao a ver com o fato de eu atualmente morar na Irlanda. Vou tentar manter o foco, ok? Prometo. Mas ah, tambem quero registrar uns "nadas" por aqui. O que escrevo, querendo ou nao, esta indiretamente relacionado com Dublin. Serio. Tudo acontece enquanto aqui resido.

Mas ow, e o cachorrinho do Obama, hein? Nao e' a coisa mais peluda?


Contiki - Amsterdam

O segundo destino do pacote Contiki foi Amsterdam. Esses dias, curiosamente, encontrei um blog no qual a autora escreveu sobre Amsterdam e eu poderia colar o texto dela inteiro aqui, pelo simples fato de ter conseguido descrever exatamente a minha ideia da cidadezinha mais famosa da Holanda.


Saindo de Londres, pegamos um ferry ate a Franca, de onde o onibus seguiu sem parar ate uma cidadezinha chamada [acabei de me ligar de que nao anotei o nome da bendita, mas tudo bem]. Paramos la pra xixi, lanche e agua antes de seguirmos viagem com o grupo. O que vale ressaltar, e' que paramos num restaurante chamado La Place, onde tomei a melhor sopa de tomate da historia. O lugar e' lindo, limpo e tudo da' agua na boca. Os precos sao com base no tamanho do prato e voce se serve do buffet como bem entender. Tudo natureba. Vegetais coloridos, saladas frescas, frutas recem-lavadas, vitaminas criativas e sopas bastante apetitosas.


Paguei, pela melhor sopa de tomate da minha vida, 3.40 euros. O site do local, pra quem ficou curioso, e' www.laplace.nl [ E la tambem deve ter o nome da cidade, que me deixou na mao]. Ah, eles cobram para usar os banheiros. Portanto nessas viagens, moedas sao sempre bem vindas. Nesse lugar especificamente, pagamos 30 centavos de euro.


Amsterdam
Eu esperava pouco. Talvez menos que pouco, ja que alguns visitantes previos haviam dito que nada havia pra ver e que o lugar era uma grande decepcao. Mas a cidade me impressionou. Pouco antes de chegarmos, nosso tour manager nos contou um pouco da historia da Holanda - por ser holandes e tudo mais...

A Holanda fica abaixo do nivel do mar e, para evitar enchentes, os enormes 'cata-ventos' trabalham incessantemente para sugar a agua para fora do pais, tentando evitar um desastre natural lento e dolorido. Uma das piores enchentes ocorreu em 1953 - e foi tambem a ultima ate entao.

Bom, em Amsterdam ficamos num hotel afastado do centro. Num lugar que, se me dissessem que nao haviamos chegado em Amsterdam ainda, eu acreditaria. Sabe assim... normal? Nao sei o porque [bom, talvez eu saiba], mas acho que todo mundo tem uma ideia bem louca de Amsterdam [inclusive eu mesma] - e encontrar um hotel normal, num lugar normal, me pareceu muito fora da realidade. Enfim, ficamos no Ibis Schipol. E nosso guia deixou bem claro que, quando pegassemos um taxi em direcao ao hotel depois de curtir o centro da cidade, nao poderiamos, em hipotese alguma, deixar de falar que era o Ibis SCHIPOL.. Ha outro Ibis no centro e seria meio chato nao falar holandes e tentar explicar ao motorista do taxi que aquele era o Ibis errado. Schipol, Schipol... perto do aeroporto de mesmo nome.

Ah, e por falar em taxis e tal... uma corrida do centro ate esse nosso hotel custou cerca de 45 euros. Sim, e' longe.


Nessa mesma noite, apos banho e jantar no hotel, partimos para o centro da cidade para nosso passeio de barco, que era um dos opcionais da viagem. A jornada de 1 hora e 1/2, com vinho, cerveja e agua inclusos a-la-vonte, nos custou 28 euros. Muito bem aplicados, diga-se de passagem. O passeio da uma nocao de todo o canal, das construcoes, dos barcos-casa e das luzes que parecem que foram deixadas acesas de proposito, apenas para iluminar as janelas das residencias. Todos os predios que encaram o canal seguem um mesmo padrao arquitetonico e os moradores parecem nao se importar com as enormes janelas de vidro que tem uma vista privilegiada e os impedem de deixar as cortinas fechadas.

Red Light District
Algumas tacas de vinho mais tarde, visitamos a famosa Red Light District e, I gotta say, as mulheres sao muito bonitas! Grazi, parceira de viagem, e eu, decidimos que montaremos uma Blue Light District - assim as mulheres poderao desfrutar de toda a proibicao tambem. Justo. Pra os que ainda nao foram a Amsterdam, a Red Light District e' uma coisa unica e uma experiencia intensa. Primeira coisa: JAMAIS tente fotografar uma das prostitutas. Serio. Elas correm atras MESMO e, no caso do nosso grupo, jogam latinhas de Red Bull na cabeca do engracadinho abusado.

O lugar e' assim: diversas cabines, como se fossem casinhas pequenas, com uma 'vitrine' como porta de entrada. A luz no interior desses 'locais de trabalho' sao, logicamente, vermelhas. Ha geralmente uma cama de casal, um banheiro e uma penteadeira dentro dos cubiculos. As meninas ficam com as portas fechadas, encarando pelo vidro as pessoas que passam pelas ruazinhas estreitas em busca de uma sensacao diferente. Umas apenas sentam por la, outras dancam, e algumas fazem de tudo pra chamar a atencao e conseguir clientes potenciais. Demos de cara com uma que usava um vibrador pra se masturbar enquanto deitada no chao, enquanto um grupo de turistas se aglomeravam em frente ao cubiculo para assisti-la [com direito a gemidos e tudo!].

Eu nao tenho nocao de precos, mas me disseram que elas cobram pra TUDO. Se quiser tocar nos seios, pimba. Se quiser mais de duas posicoes, pimba. Se quiser mais de 20 minutos, pimba. Se quiser beijar na boca, entao, voce sai de la pobre. Business...


Coffee Shops
Os famosos Coffee Shops, assim como os cubiculos na Red Light District, estao por todos os cantos. Um dos mais famosos e' o Bulldog e, acredito, um dos mais visitados pelos turistas. Eu nao encontrei o bendito browney, mas nesses lugares os que querem experimentar tem diversas opcoes - tambem precos para todos os bolsos. Nao vi ninguem fumando na rua, muito menos fotografando dentro dos coffee shops. O clima, confesso, e' estranho. A gente nao sabe direito em quem confiar ou que trajeto seguir. As ruazinhas estreitas e o fato da cidade ser tao liberal, nos deixou um pouco com o pe' atras.

Taxis sao dificeis de ver circulando pelas ruas. Portanto, se voce depende deles, garanta logo um quando ve-lo passar e acorde um preco antes de embarcar.

O dia seguinte foi meio parado, ja que sairiamos com destino 'a Alemanha logo apos o almoco. Nao visitamos nenhum Museu, embora os que foram 'a Casa da Anne frank disseram valer a pena. Ha tambem o Museu do Van Gogh e os Live Sex Show, na Red Light District durante a noite. Amsterdam foi uma cidade de arrependimentos, mas linda com os canais, as construcoes e as famosas panquecas [paguei 6 euros por uma no almoco, deliciosa!]. Gostaria de voltar apenas para visitar os lugares pelos quais nao passei e tambem pra ter mais tempo e caminhar com mais calma.




Credito da Imagem: Only in Holland.

Friday, April 3

Arte. Nao tem muito o que falar. Ou, talvez, tenha demais. Faltava um post sobre arte por aqui. Esses dias vi umas fotografias bem interessantes e gostaria de dividir a alegria :)


Essa primeira, "The Bloody Tower", e' de uma fotografa chamada Lottie Davies.


Inspirada num pesadelo que tinha quando crianca, em epoca de divorcio dos pais. Ela sentia muito a falta do pai e, no sonho, alguem a pedia para matar uma menina que ela nao conhecia, ou matariam o pai dela. Ela entao pegava uma faca a subia as escadas em direcao a uma torre muito alta. A subida era sempre ardua e a torre era toda de pedras e bastante umida. Ao chegar ao topo, havia uma porta de madeira. Ela entao entrava, ia ate a menina e levantava a faca sobre sua cabeca, quando entao percebia que a menina era ela mesma.




Outra de Lottie Davies, "The Day My Brother Was Born".


14 de dezembro, 1973. Ela corria por um corredor de hospital e, a direita, podia ver uma sala de brinquedos. Normalmente, teria entrado sem pensar, mas naquele dia ela continuou correndo, pensando que brincaria mais tarde, pois era o dia do nascimento do irmao.




A proxima sequencia e' de uma fotografa chamada Holly Wilmeth. Em 2007 ela viajou para 18 paises para fotografar beijos. Pedia `as pessoas para que mandassem um beijo para a camera. O resultado...






Creditos:
Lottie Davies
Holly Wilmeth

Thursday, April 2

Minha primavera

A primavera em Dublin e' a epoca mais emocionante que tem. Sem falar nas programacoes culturais que comecam a preencher os finais de semana antes pacatos, ha' tambem as flores que aparecem nas arvores, o sol que permanece presente por mais tempo, competindo com as estrelas, e os gramados dos parques que servem de abrigo aos que se negam a ficar em casa diante de um clima tao gostoso.


O irlandes sabe dar valor ao que tem. E nos, que moramos fora, conseguimos agora entender a importancia do sol no dia-a-dia. E aproveitamos tambem. Os irlandeses aproveitam o sol como se fosse a unica chance. Assim como os brasileiros fazem com o ventinho frio que aparece vez ou outra.


A primavera aqui e' a coisa mais linda. Tao cheia de vida, tao agitada, tao adorada pelos que sofreram com um inverno rigoroso. A primavera em Dublin e' sinonimo do abadono das botas de cano alto, das roupas escuras, dos cachecois e dos casacos longos. A primavera aqui e' um convite `as vestimentas mais leves, ao suco natural, `as revistas que esperam ansiosas nas prateleiras ate que alguem as leve para um passeio no parque.


Basta a primavera chegar e, com ela, meu sorriso. Tudo muda.


Quero isso pra sempre.




Credito da imagem: The Guardian.

 
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