Monday, November 16

Rabugentinha

Estou em falta, eu sei. Mas é que... sei lá. Entende?

Quando chego em casa, a última coisa que quero é me plantar novamente em frente ao computador. Trabalho o dia todo olhando pra tela, que muitas vezes nada me diz. Outras tantas, repete apenas o que já sei. Às vezes dou preferência à televisão, que também não me oferece nada de novo.

Prefiro, então, me atracar nos livros. Pra não parar mais. Ultimamente não tenho nem mesmo prestado atenção ao tipo de leitura que escolho pra mim. É fase. Deve ser. Mas nesses tempos, se me vierem com livros inteligentes, provavelmente passarei os olhos pelas páginas sem atenção alguma. Tenho lido muito. Muitas besteiras. Muitas linhas que me fazem rir e esquecer um pouquinho da rotina, que já me encontrou pelas bandas daqui.

Ainda me sinto perdida, mas não me peçam pra ler os jornais. Leio, mas às vezes não aguento com tanta violência, tanta mesmice, tanta coisa que me faz arrancar os cabelos de raiva. Raiva por algumas situações estarem tão avançadas, que não nos permitem acreditar que um dia tudo pode mudar pra melhor.

Nesses tempos de Brasil, me sinto só e incompreendida. Não me encaixo em nada, com ninguém. Acho tudo sem graça, tudo caro, tudo bobo, tudo chato, tudo imprestável, todo o oposto de mim. Não vou repetir o mesmo discurso de sempre, não quero ser comparada aos noticiários, que mostram sempre a mesma babaquice.

Como já disse aqui no blog, 'preciso trabalhar em mim'. Sei que é questão de tempo e paciência. Mas no momento, até as chuvas noturnas me irritam. Será que não pode haver chuva sem trovejar? Morro de medo dos trovões, como vocês já sabem. Será que o sol nunca aparece sem com ele trazer esse calor que nos tira o foco?

Será que algum dia vou parar de sentir saudades de Dublin? Das amizades de lá? Da minha rotina de lá? Será que algum dia vou deixar de ser rabugenta por aqui? Em Dublin via tudo com olhos maravilhados. Nunca reclamava. Aqui me tornei algo que não gosto de ser, algo que julgo nos outros, algo que não deveria: sou birrenta. Sou chata, reclamo mesmo sem motivo, choro quase todos os dias, sou manteiga derretida e minha força toda parece que não entrou comigo no voo de outubro.

Eu sou boazinha. E quero ser boazinha em todos os lugares. Mas também quero ser feliz em todos os lugares. Espero um dia estar realizada em todos os sentidos, não apenas no quesito:
( x )estar próxima de meus familiares.




Crédito da Imagem.

9 comments:

Deise Anne said...

Nossaaa, que tempo, hein?
Bom, mas vou dizer algo que falei uma vez pra um amigo que estava indo embora por não suportar o amor desecantado que tinha por Fortaleza.
Talvez a sua alma seja grande demais pros limites desta terra, pra essa repetição toda, essa rotina. Talvez você precisa de algo que te alargue sempre mais a alma para ser feliz. Comparar realidades tão distintas vão te fazer sofrer mais... Talvez você até já saiba disso tudo, talvez esse retorno seja só o tempo para planejar o novo voo. :)

daise said...

oi, janinha...
nunca vivi nada assim, mas te entendo, sinto que entendo essa tua aflição.
quando quiseres, vamos nos encontrar – gostaria que fosse logo. acho que vamos conversar muito e será legal. :)
beijos, com saudade e carinho.

Unknown said...

Eu imagino como vc deve estar se sentindo,e' como aquela frase do filme sobre o estranho caso de Benjamin Butom,que ele fala : "Quando a gente volta pra casa,sente o mesmo cheiro,tem os mesmos sentimentos ,tudo esta' igual e percebe que quem mudou fomos no's"

Eu acho que vc foi muito corajosa,eu nao teria essa coragem,Brazil pra mim agora principalmente so' de ferias !

Espero que vc se re-adapte rapidinho e que essa fase de rabugisse acabe logo !

Muitos beijos meus
K

Anna Vitória said...

Se me permite dizer, esse período de "crise" depois de voltar de um tempo fora é normal. Não se culpe tanto, mas ao mesmo tempo, faça o possível pra mudar. E daí que os livros parecem bobos? Te tiram da realidade, te divertem e é isso que importa!
beijos

Marilyn said...

Jana, que saudade!
Sim, eu precisava 'fazer nada' em minhas férias, estava esgotada, menina... ah, se eu te contar, você vai entender...
.
Entendo sua aflição. A sensação estranha de não se encaixar em nada, lugares e pessoas. Você deve ter sentido isso ao chegar em Dublin, mas de forma diferente, com curiosidade e desejo de se habituar com tudo aquilo... e acostumou, tanto que hoje sente saudade. Torço para que você viva bem essa sua readaptação. E que não sofra com a saudade, quando quiser, nem pense, não passe vontade, volte! ;)
Beijo, hon!

P.S.: seu email diário é o mesmo do Blogger?

Aninha said...

Isso provavelmente é uma fase Nina, mas que vai passar, assim como todas as outras.
Mas sei que não é fácil.
Só que vc tem que tirar proveito ao máximo do que está fazendo, sentindo e vivendo agora. Talvez isso esteja te preparando pra algo maior :) E como a Anna disse aí em cima, não se sobre tanto. Pq dps que passar, vc vai ver que não precisava de tanto.
Aproveite o que tem agora e, se sentir vontade, volte pra Dublin, continue lá o que vc começou ;)

Fica bem flor =*

Wagner,Brasil said...

Só de pensar nesta hipótese ...a da volta ..ja me dá calafrios...admiro sua coragem de voltar. Eu ainda não estou preparado e nem ao menos consigo definir, se é aqui mesmo que quero ficar...no momento estou deixando..a vida me levar..um abraço dublinense, wagner.

Luisa Pinheiro said...

Poxa, deve ser mesmo difícil voltar a se adaptar a vida antiga depois de uma experiência tão boa fora do país... Imagino que eu passaria o mesmo se tivesse que voltar a morar no Maranhão (deuslivre!!!).
Espero que isso passe logo, beijos!

daise said...

linda, e aí?
menos rabugentinha? :)

:*

 
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