Boyne Valley

Com a visita dos primos que moram em Sevilla, decidimos no fim de semana alugar um carro e ir a algum lugar no qual ainda nao tivessemos ido e que fosse proximo de Dublin. Nao queriamos, de jeito nenhum, passar horas na estrada. O intuito era ver paisagens diferentes, tirar umas fotos, aproveitar o dia e rir bastante. Decidimos, entao, partir para o Boyne Valley. A regiao e' famosa na Irlanda e o mapa do pais mostra diversos pontos turisticos bem proximos um do outro.


O domingo chuvoso e frio nao fez com que desistissemos da day-trip. Confesso, porem, que ter ido para as Midlands foi decepcionante. Todos os lugares pelos quais estivemos ate' entao na Irlanda, surpreenderam. Eram lindos, coisas como jamais haviamos visto, enormes, presenciais, dignos de diversas fotos e suspiros. O Boyne Valley, portanto, deve ser o conjunto de pontos considerados turisticos nas Midlands talvez pela historia, mas nao pela grandeza, beleza ou diferenciais.


Partimos perto das 9 da manha em direcao 'a N3, que nos levaria ate' o primeiro destino: o Hill of Tara, proximo da cidade de Navan, em Co. Meath. A distancia e' curta e, em menos de uma hora, facilmente chegamos ao descampado. O Hill of Tara e' um complexo arqueologico que contem alguns monumentos historicos, incluindo as formas anelares no gramado. Os que viram o filme Sinais devem ter uma ideia mais clara sobre como sao as formacoes. A Stone of Destiny [Pedra do Destino] nas fotos parece maior do que realmente e'. A visao aerea das formacoes na grama nao e', logicamente, a visao que temos quando visitamos o local - que nao passa de um gramado imenso, uma igreja, a tal pedra e muitas ovelhas. Foram elas, as ovelhinhas, que tornaram nossa parada divertida. Pra comecar, tinhamos que constantemente caminhar prestando atencao por onde pisavamos. A quantidade de coco das fofuchas era enorme! Algumas fotos depois, decidimos seguir.


Dirigimos mais um pouco ate' chegar em Newgrange. A entrada custa 6 euros para adultos [3 para os que possuem carteirinha de estudante], o que inclui o transporte curto de onibus ate' o local, uma guia que da' explicacoes breves e a entrada no local que, dizem, e' mais antigo que as Piramides de Giza [5 mil anos]. No mesmo lugar, ha' tambem um outro ponto turistico chamado Knowth, mas decidimos nao visita-lo. Pelo que me lembro, o ingresso que inclui Newgrange e Knowth custa 11 euros.


Newgrange e' uma tumba megalitica que, por fora parece enorme, mas dentro e' bem pequena. Feita toda de pedras - varias delas com detalhes artisticos - a construcao nao levou cimento e as pedras mantem-se umas sobre as outras apenas pela forma pela qual foram posicionadas. Nao ha' nenhum tipo de luz no interior da tumba, o que torna o solsticio de inverno ainda mais especial: todo 21 de dezembro, o sol posiciona-se de uma forma que faz com que o interior da construcao fique iluminado por apenas 17 minutos. A ocorrencia, por ser tao rara, chama a atencao de turistas do mundo inteiro - que precisam colocar os respectivos nomes numa lista e esperarem o sorteio anual que diz quem esta' convidado para o evento no final de todo ano.


Apesar de toda a historia, la' dentro nao tem nada. Valeu por saber como e', e tal, mas eu nao recomendaria. Existem pontos muito mais impressionantes, bonitos e de cair o queixo em outras partes da Irlanda. Invistam melhor o dinheiro e o tempo de voces, caso algum dia pensem em visitar Co. Meath e Co. Louth, logo acima de Dublin, numa regiao chamada de Midlands.


Anyway, apos tomarmos chuva e passarmos frio em Newgrange, era hora de parar pro almoco. Fomos ate' uma cidade chamada Drogheda e nao achamos nada mais interessante que um McDonald's. Doeu meu coracao comer la'. Primeiro porque nao gosto. Depois, por ser vegetariana. Terceiro, acho caro demais. Masss, como eram quatro pessoas contra uma, era baixar a cabeca e seguir em frente. No fim, a atendente me disse que a opcao vegetariana era um Big Mac sem hamburguer. Ja' e' ruim com... imaginem um pao com alface, queijo e molho. Paguei meus pecados, nao enchi barriga e ainda fiquei com peso na consciencia por ter comido pao, queijo gordurento e maionese. Simmm, eu sou chata. Mas nao a ponto de atrapalhar o prazer dos outros. O pessoal comeu que se acabou.


Apos nossa parada nao muito proveitosa, seguimos pra tentar encontrar o ultimo dos pontos turisticos do roteiro: Monasterboice. Uma cidadezinha onde fica a Round Tower e umas cruzes daquelas de pedra, origem celta e bla-bla-bla. Rodamos, rodamos, rodamos mais um pouco. De repente, as placas somem. Rodamos mais. Saimos no meio de uma avenida que estava lotada de carros estacionados devido ao Irish Open de Golf. Nunca vi tantos carros num mesmo lugar. A chuva continuou, o guardinha nos apontou a direcao, viramos a esquerda numa ruela de nada, ate' acharmos a tal torre. Pelamordedeus... nao entendo o motivo pra colocarem tal localidade num mapa turistico. O lugar e' um cemiterio, tem umas cruzes de pedra nao muito grandes, e a 'super-famosa' Round Tower nem arrancou suspiros de ninguem. Fora a velha de guarda-chuva que insistia em atrapalhar todos os angulos que eu escolhia pras fotos. Minha senhora, faz favor! Para de analisar cada detalhe das cruzes porque a) nao tem nada demais, e b) voce provavelmente nem sabe o que significa after all. Tiramos umas fotos macabras la e decidimos 'picar a mula', como diz minha querida mae.



A ideia era a de voltar pelo litoral. Passar por Drogheda e descer ate' Dublin, passando entao por Howth e Malahide antes de chegar de voltar ao lar. Mas a chuva apertou de uma forma que decidimos voltar pela auto-estrada mesmo - e pagar pedagio de 1.90 a certa altura. Antes de chegar em casa, passamos rapidamente pelo Phoenix Park e vimos por la' alguns ve-adinhos [serio, veados mesmo, que moram no maior parque fechado da Europa, que fica em Dublin, que e' capital da Irlanda, que tem tempo chuvoso e instavel, mas que eu amo demais :) ], passamos tambem em Dun Laoghaire, tentamos mais umas tentativas de fotos pulando e percebemos que os meninos nao conseguiram tirar fotos dos nossos saltos porque eram muito devagar com as digitais. Gabi e eu capturamos imagens dos dois do ar que foi uma beleza! Na primeira tentativa =D Que orgulho!