Thursday, July 2

Chove, chuva

Tenho medo de trovao.


Medo, nao. Pavor! Na verdade, desde pequena eu me afasto de qualquer coisa que estoure e possa fazer um barulho surpresa, daqueles que assustam, sabe? Baloes, fogos de artificio, bombas [haha] e os benditos trovoes. Ontem a noite Dublin me decepcionou pela primeira vez. Acho que ta' querendo mesmo me mandar embora de vez. Nunca tinha visto isso acontecer na capital irlandesa nesses mais de tres anos por aqui. De madrugada as trovoadas eram tao fortes [mas taaaaaaao fortes], que aposto que acordaram nao somente eu, mas todos os irlandesinhos que sonhavam com o emprego, certas indecencias, as ferias, a mae, o cachorro. Vez em quando ouco que 'nos interiorrr' alguem foi atingido por um raio e morreu ou teve que ser hospitalizado. Mas em Dublin, nunca! Ate' porque, allow, ne? O clima daqui nao conhece tropicalidade.


Sinta o drama de uma pessoa [eu] apos ter acordado 'as quatro da matina e caido na real de que "Meu Deus! Trovoada, e agora?". Eu primeiro me encolho toda, depois tampo os ouvidos com forca inimaginavel - ao mesmo tempo que garanto que meus olhos estejam fechados e bemmm apertados [praticamente formando novos pes de galinha por todos os cantos]. Mesmo assim, ontem a coisa era tao feia, que eu ainda escutava trovoes e ainda via os claroes dos raios atraves das palpebras trancadas a sete chaves.


A pessoa entao pensa no que fazer e tenta nao deixar que os pensamentos insanos sobre a incidencia de raios na cabeca de algum pobre ser e o fato de Dublin ser uma cidade plana contribuir com a atracao dos mesmos, tomem conta de todas as regioes do cerebro. Depois ha' o impasse: "Mas se eu levantar agora pra acender a luz, vou ver o raio e ja' saber que o barulho estrondoso vai me assombrar."


E se eu for ate' o interceptor com os olhos fechados e ouvidos tampados? Sim, boa, boa! "Mas quando eu chegar la' precisarei tirar os dedos dos ouvidos pra acender a luz. Sera' que consigo acende-la com o cotovelo?"


Pra ajudar, o Vi acorda e ao mesmo tempo que me protege, ri da situacao. Eu tento explicar, sem escutar resposta alguma. "Vi, e' o seguinte: a melhor coisa e' ir pra um lugar que nao tem janela e ficar com a luz acesa. Assim, pelo menos eu nao vejo o raio [pensando, na verdade: assim pelo menos o raio nao entra pela janela pra queimar minha bunda]".


Gente, um horror! Eu sou pa-te-ti-ca. Tenho isso desde crianca e queria muito poder me controlar. Voces tem nocao de como sao minhas viradas de ano? Meus finais de tarde no verao do Brasil? Minhas festas de aniversario de criancas?


Ontem nao parava de pensar o que eu faria caso isso acontecesse e eu estivesse na rua, ou dirigindo. E se eu estivesse no trabalho? Quando o trovao e' daquelas laaaaaa longe, fraquinho, tudo bem. Mas como a tempestade de ontem, realmente nao tive como me conter. Esse bendito medo 'as vezes nos surpreende.


Para-raios, please?!





Credito da imagem assustadora.

7 comments:

daise said...

Não tenho tanto medo assim, mas não gosto não. Quando é longe, eu gosto de ver os relâmpagos, mas detesto os barulhos – e nisso sou como tu, não gosto de nenhum barulho, detesto quando inventam de soltar rojão, coisas do tipo.
Beijinho,

Jéssica A. said...

ow, gente, tadinha de tu!
Eu adoro trovoadas! hahaha...quer dizer, quando estou dentro de casa. Sei que lá raio nenhum me pega, mas é tão gostoso o barulho, os sustos meio que fingidos, sabe. Tá, ainda não experimentei ouvir um que fosse tãããão estrondoso.

Bichinha, vc não ia aguentar o são joão em minha cidade. Começa no início de junho e termina no final de julho. fogos de artifício por todos os lados, mas o melhor é que estes não vão entrar pela janela e queimará sua bunda.

Ri com seu post! haha...mas relaxa, todo mundo tem seu calcanhar de aquiles, não precisa se sentir patética por isso. (y)

Um beijo grandão!
Te leio sempre, apesar de não comentar tanto quanto gostaria :)

Deise Anne said...

Eu tive que rir também do seu pavor. Você está com tanto medo que o texto tá passando isso, dá pra sentir pelo jeito que você escreveu. Rsrs

Marilyn said...

Valei-me, Jana!
Ri muito da sua história... também por ser über medrosa em relação a trovões e agregados.
E se eu for relacionar meus medos, viraria um post. Mas posso adiantar que tenho verdadeiro p-a-v-o-r de répteis, nojinho de anfíbios e respeito palhaços. Sim, já cheguei a ir embora de festa infatil porque o palhaço que animava* o recinto resolveu tirar onda com a minha cara. :D
Ah, e dia desses uma lagartixa caiu em minha mão; A sensação foi a alma saindo do corpo! :P
Ah, mas que tal uma tiara com um para-raio super fashion (ou veshion*?) como acessório? :D
Último grito da moda! hahahaha
Beijo grande, querida e obrigada pelo carinho no post sobre minha mãe. :) Ajuda muito a aliviar a saudade...

Sandra Costa said...

ainda bem que vc tem o 'Vi'.
e eu, se eu tivesse medo de trovão, tava f*dida e mal-paga!
ainda bem que não tenho. ao contrário, acho mó barato!
hehe.
adoro emoções fortes.
em compensação, odeio raios.
aliás, odeio chuva.
coisa sem graça, neam?

Nikky said...

hahahaha... guriaaaaa, que hilário... ath, eu sei que vc devia estar sofrendo, mas o texto ficou ótimo!!! Até imagino vc toda encolhidinha, tramando maneiras de se safar dessa situação!!!

;*

Nathália E. said...

Eu sempre gostei de olhar para os raios. E minha mãe sempre brigava comigo dizendo: VAI FICAR CEGA, SUA LOUCA!

Mas sempre, sempre gostei.
Beijo!

 
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