Tenho pensado tanto em voce esses dias, vo'! Geralmente e' no trabalho. Geralmente a tarde voce vem e pimba! entra nos meus pensamentos. Nada concreto, nenhum momento especifico. Eu penso em voce e em como voce esta'. Estive no Brasil em dezembro e fui com meu pai visitar o Chico. Foi delicioso viajar de carro com teu filho, conversar sobre coisas que nao conversamos quando tem gente junto, escutar musicas que ambos gostamos e chegar em Imbituba pra ver meu padrinho tomando conta de tudo, como de costume.
Foi engracado quando um dos clientes do bar me reconheceu do Metropolitano. "Ta' vendo esse daqui, Jana? Nos dois costumavamos sentar aqui em frente 'a TV pra te assistir todos os dias quando voce fazia aquele programa", o Chico disse. Quando ele fechou o bar pro almoco, fomos ate' sua casa. Deve ser dificil pra ele continuar por la' depois do que aconteceu. Olhar os moveis, a cozinha, o quarto de voces, os gatos e caes de rua que voce insistia em cuidar, o banheiro.
Lembrei do seu feijao e do bife 'a milanesa. Meu pai sempre gostou, sempre comenta sobre como so' voce sabe fazer comida daquele jeito. "Simples, mas gostosa." Voce fez um filho que tem muito a ver comigo, sabia? Meu pai e eu dividimos opinioes e gostos bem parecidos. Pra musica principalmente. E programas de televisao. E o modo de encarar as coisas tambem.
Nunca me esqueco do dia em que fomos todos te ver pela ultima vez. Minha mae me pegou na rodoviaria de Florianopolis. O pai ja' tinha ido e nos aguardava. Me emocionei com o tanto de gente que foi te ver naquele dia. Tanta gente! Muitos rostos desconhecidos por mim, mas com certeza bastante queridos por voce. Me surpreendi quando fui te dar um tchau e, apos um beijo na testa, meus pais me mostraram que voce segurava aquele potinho breeega de perfume de uns mil anos atras.
Voce sempre me disse que lembrava de mim quando olhava pra ele. De plastico, amarelo embaixo, com a tampinha cor-de-rosa no formato de flor. Voce guardou aquele frasco desde a minha infancia. Lembro de ve-lo sempre na estante do seu quarto, destoando de todo o resto. Uma vez voce me disse que o queria com voce ate' o fim. E voce o levou. Acho que foi meu pai - seu filho mais velho - que o colocou em suas maos sem que ninguem soubesse, ja' no velorio apinhado de gente. E voce, como sempre, se agarrou firmemente ao objeto que deve estar contigo ate' hoje. Um pedacinho meu com voce, que me fez perceber o quanto de voce tenho em mim.
Foi engracado quando um dos clientes do bar me reconheceu do Metropolitano. "Ta' vendo esse daqui, Jana? Nos dois costumavamos sentar aqui em frente 'a TV pra te assistir todos os dias quando voce fazia aquele programa", o Chico disse. Quando ele fechou o bar pro almoco, fomos ate' sua casa. Deve ser dificil pra ele continuar por la' depois do que aconteceu. Olhar os moveis, a cozinha, o quarto de voces, os gatos e caes de rua que voce insistia em cuidar, o banheiro.
Lembrei do seu feijao e do bife 'a milanesa. Meu pai sempre gostou, sempre comenta sobre como so' voce sabe fazer comida daquele jeito. "Simples, mas gostosa." Voce fez um filho que tem muito a ver comigo, sabia? Meu pai e eu dividimos opinioes e gostos bem parecidos. Pra musica principalmente. E programas de televisao. E o modo de encarar as coisas tambem.
Nunca me esqueco do dia em que fomos todos te ver pela ultima vez. Minha mae me pegou na rodoviaria de Florianopolis. O pai ja' tinha ido e nos aguardava. Me emocionei com o tanto de gente que foi te ver naquele dia. Tanta gente! Muitos rostos desconhecidos por mim, mas com certeza bastante queridos por voce. Me surpreendi quando fui te dar um tchau e, apos um beijo na testa, meus pais me mostraram que voce segurava aquele potinho breeega de perfume de uns mil anos atras.
Voce sempre me disse que lembrava de mim quando olhava pra ele. De plastico, amarelo embaixo, com a tampinha cor-de-rosa no formato de flor. Voce guardou aquele frasco desde a minha infancia. Lembro de ve-lo sempre na estante do seu quarto, destoando de todo o resto. Uma vez voce me disse que o queria com voce ate' o fim. E voce o levou. Acho que foi meu pai - seu filho mais velho - que o colocou em suas maos sem que ninguem soubesse, ja' no velorio apinhado de gente. E voce, como sempre, se agarrou firmemente ao objeto que deve estar contigo ate' hoje. Um pedacinho meu com voce, que me fez perceber o quanto de voce tenho em mim.
8 comments:
Ain Jana... que linda carta pra sua vó!!! a minha tb anda nos meus pensamentos por esses dias, acho q por se aproximar dos dois anos que ela se foi... elas deixam saudades qdo se vao, saudades q nem imaginávamos que iriamos sentir (ao menos no meu caso)!!
Beijoooooo
Ah, sobre o presente, eu levei e ela disse q ía colar.. hahaha...q vergonha!!!
Amor de vó é incrível, né?? Linda a carta. Até me fez acordar um pouco pra vida. Ando distante da minha vó, pela correria do dia-a-dia, mas isso não justifica a minha ausência.
=o)
Vovós queridas!!
Beijos flor
Nossa, que texto lindo!
Num velorio, dia desses, minha avó falou que a hora dela estava chegando também. Tentei imaginar nossa família sem ela e esse pensamento durou alguns dias.
A gente tem muito das nossas avós em nós, não é de admirar que a sua quisesse te levar com ela até o fim.
Que texto gostosinho de ler, muito singelo. Me lembrou u texto do Caio Fernando prum amigo, se chama "carta ao zézim", procura na net, acho que vais gostar. É carinhoso igual!
Beijos!
Hey!!
Tenho uma lembrancinha para te dar =o)
Fiz a mesma para você, Manu e Nicky.
;o)
Avós são umas pessoinhas especiais mesmo, né?
O amor e carinho que eles tem na gente é demais, algo que transborda.
Minha avó sempre diz que "neto é filho com açúcar", e ela está certa. E a gente tem que retribuir do mesmo jeito ;)
Beijos :)
ps.: hey, cadê meu blog ali do lado, hein??
<<
tá certo que faz tempo que não escrevo, rsss, mas vc tirou! :O
Nossa, que coisa linda, menina! Me emocionei. Sinto falta da minha vó tb. Faz mais de 10 anos que ela se foi, mas só de falar e me lembrar dela, me emociono como se fosse ontem. Linda a mensagem, ela deve estar muito contente!
E que sorte ter uma relação tão boa com seu pai. Gostos em comum e semelhança no jeito de ver as coisas é coisa rara, viu. :)
Embora eu esteja num momento de muita sensibilidade, este texto me faria chorar em qualquer momento. Como de fato fez.
Me lembrei dos meus avós e da imensa saudade que sinto deles.
Beijo!
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